NOS EXTREMOS DA VIDA
Luiz Soares das Terras Nordestinas.
A vida é concebida no instante divino da concepção. Naturalmente desejaríamos que tal gesto sempre viesse a representar a expressão maior do amor. O nascimento é uma oportunidade. Viver é um desafio. Morrer seria a única forma de escrevermos e publicarmos a nossa verdadeira e íntima história de vida.
A arte da vida é regida por uma partitura cheia de momentos inesquecíveis. Tudo fica registrado. O livro vai estar sempre acrescido de novas páginas, a cada segundo e o tempo todo. Cada página é um registro único, sem retoques, sem idas e nem vindas. Cada pagina representa, portanto a nossa própria essência, a nossa marca registrada no tempo.
A cronologia da vida não tem prazo de validade. Entretanto, podemos sim estabelecer alguns parâmetros vinculados a determinados momentos. Assim como no céu existe o momento na terra. Assim como na luz também haveremos de curtir os instantes de escuridão. Como adquirir a tempera se não nos situarmos nos extremos durante a nossa caminhada? Fugir de que? Desafiar o que? Lutar por que? Vencer e sermos exitosos para que?
Na monumental arte do viver deveríamos nos pautar como atores e nunca plateia. A nossa liberdade é uma ferramenta sem precedentes. O nosso caminho sempre vai estar vinculado ao nosso livre arbítrio. Sim, porque a estrada vai estar sempre cheia de veredas, becos e vielas. Ainda bem que podemos usar a disciplina, a dedicação e a determinação para sairmos ilesos, mais purificados, mais cristalinos e, porque não dizer – mais divinos.
O embrião chega ao mundo na forma de criança. Nesta fase não temos autonomia, somos dependentes e chorões. Em assim sendo necessitamos de todo o afeto, de todo o carinho, de todo o respeito em regime intensivo. É uma flor especifica que desabrocha, é um lírio que pode estar em qualquer residência, é uma joia rara que brilha tanto dentro de uma mansão ou mesmo numa manjedoura.
As crianças são os nossos olhos do futuro. As crianças são e será o reflexo daquilo que somos. As crianças são pérolas que precisam ser polidas, lapidadas e amadas sobremaneira. Lembremo-nos que a felicidade é um dom intangível. Ser feliz é um estagio do espírito e nunca uma forma de materialidade. Por isso mesmo devemos sim, ter a responsabilidade em nos esforçarmos no iluminar dos seus primeiros passos, condição de jardineiros abnegados da primeira hora.
A juventude é rebeldia. Ser jovem é uma forma de desafiar, questionar, gerar conflitos, assumir ideais e posicionamentos, muitas vezes alheios ao nosso entendimento. Devemos sim, cuidar da personalidade, do respeito ao meio ambiente, do nosso próximo. A vida é associativismo e nunca o anacronismo da individualidade, da inveja, da preguiça e da ambição desenfreada.
Vivenciar a juventude seria uma forma de imaginar e saber avaliar os limites das ações e sonhos tangíveis e intangíveis. A confiança se sobressai, mesmo que em algumas situações possam extrapolar o limite da responsabilidade. Devemos saber que algo contrário a tais postulados podem ser corrigidos; enquanto que outros são e ficaram para sempre marcados, sem possibilidade de retorno, retoque ou regresso. O tempo passa a ser então o senhor da razão.
Finalmente e inexoravelmente chegaremos ao outro lado da ponte. Cada um traz no corpo e na alma a sua própria jornada. Para alguns os loiros da vitória, ao constatar que o esforço valeu a pena. Neste caso somente um conselho – viver sob os acordes da bela sinfonia do tempo. Para outros, infelizmente um pouco de apreensão, conflitos, preocupações infindas, numa dose insistente da pergunta – onde errei, onde me descuidei, por que não assumi e amei?
Cada um no seu tempo e as suas deliberações. Mas, não podemos nos julgar, não devemos nos condenar. Devemos sim, entregar os nossos gestos, as nossas atitudes, os nossos acertos e desacertos a providência divina. Que se faça uma auditoria e se encontre a paz, a simplicidade, o fenômeno de acreditar que viver é um desafio e morrer seria a forma de vivenciarmos a plenitude do amor maior e sumamente perfeito.
Sejamos, portanto todos dignos de tais predicados. Sonhe com o amor, viva com o amor e se despeça nas asas profícuas do amor.
Abraços fraternos do Luiz Soares
Fonte: Carmem Arabela
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