Entrevista: Eustáquio Andrea Patounas
Por uma Ufologia Holística
Entrevista concedida a Paulo Stekel pelo ufólogo e apresentador do programa "Vida Inteligente", da TV Floripa – Canal 4 da NET
Ficamos muito felizes pelo fato de ser Eustáquio Patounas o primeiro entrevistado da Revista Horizonte. Não só porque nos atendeu pronta e gentilmente, mas por ser um homerm realmente sincero e de princípios, como poucos. Nos conhecemos há muitos anos durante um congresso de Ufologia em que os debates foram acalorados. Naquela ocasião, Eustáquio demonstrou ser uma pessoa verdadeiramente espiritualizada, para a qual a verdade e a coerência têm a ver mais com princípios éticos do que com comprovações científicas duvidosas, pose de autoridade e petulância. Passamos a admirá-lo desde aquela época.
Escritor, nascido em Atenas-Grécia, Eustáquio teve uma vida repleta de acontecimentos surpreendentes, razão pela qual voltou-se para o estudo da essência humana, tornando-se um especialista na visão macroscópica da vida. Conferencista com experiência internacional, desenvolveu uma sistemática de cursos e palestras marcados pela sobriedade e responsabilidade por efetuar transformações pessoais através de técnicas tais como a ativação para manifestação do Cristo Interno e ampliação da consciência, no intuito de retirar o homem da atual estagnação em que se encontra, estabelecendo uma nova ética e rompendo paradigmas. É fundador da Socex - Sociedade de Exobiologia, entidade sem fins lucrativos e de utilidade pública fundada em 1/8/1991, e que tem como objetivos o estudo, divulgação e trabalhos de aprimoramento pessoal, pesquisas exobiológicas e fomento da consciência cósmica.
Eustáquio tem um programa semanal de TV [ver http://www.vidainteligente.blogspot.com/] e é autor de 05 livros [ver www.socex.net/porthais/livros.htm].
Vamos à entrevista:
Horizonte: Como começou sua relação com a Ufologia?
Eustáquio: Certa noite do ano de 1961, eu, um menino com quase 10 anos de idade, não me recordo por que, saí pela cozinha de nossa casa para ir até a edícula que ficava nos fundos.
Ao sair, já era noite escura e não muito tarde, senti um calor vindo acima de minha cabeça. Fui impelido a olhar para o alto, e deparei com uma imagem inesquecível: um objeto arredondado, com diversas luzes multicoloridas e parado sobre minha casa. Tinha o tamanho de uma pizza gigante (não sei precisar a que altitude ele estaria, pois minha idade não permitia estes cálculos), e as luzes piscavam alternadamente. Entusiasmado, voltei para dentro de casa e chamei por meus pais para que vissem o que eu estava vendo. Saímos novamente para o quintal e eles puderam testemunhar o belo objeto que lá continuava parado. Chamamos nossos vizinhos que também ficaram observando, e a seguir fomos todos para a rua para observar melhor.
O objeto permanecia girando sobre seu próprio eixo e assim permaneceu por longo tempo, até que começou a deslocar-se lentamente rumo ao Parque do Ibirapuera.
Acompanhávamos eufóricos este deslocamento, quando de repente, o objeto fez três ou quatro zigue-zagues em velocidade indescritível e desapareceu como uma flecha no horizonte. Neste momento, havia pelo menos duas dezenas de testemunhas que ficaram boquiabertas com o fenômeno que acabavam de presenciar. Este foi, aos 10 anos, meu primeiro avistamento consciente de um objeto voador não identificado.
Horizonte: Você é um contatado? Como foi ou é o tipo de contato que você manteve ou mantém ainda com os extraterrestres?
Eustáquio: No passado, posso dizer que fui, se é que fui...rs. Pode parecer incoerente o que escrevo mas vou tentar expressar-me melhor: eu realmente tive fatos estranhos na minha vida conforme relato em meu segundo livro Memórias de um Kumara e não tenho como explicá-los. Eu realmente, durante muitos anos, ouvi palavras sem som dentro da minha mente as quais transformaram-se em belos textos e ensinamentos, mas eis a questão: eram fruto da minha mente ou alguém as ditava? Hoje, não deixando de admitir a possibilidade de contatos com outras dimensões, acredito que mais de 90% das alegadas "canalizações" nada mais são que acesso ao seu próprio conhecimento.
Atualmente - já há muitos anos - não mantenho nenhum contato, nem com "extraterrestres", nem comigo mesmo, talvez fruto da mudança de concepções e verdades.
Horizonte: Os extraterrestres já estão entre nós há quanto tempo?
Eustáquio: Os "extraterrestres" são na minha concepção atual, terrestres desconhecidos baseados na imensidão das nossas cordilheiras e nas profundezas dos 3/4 de água do nosso planeta. Se estes vieram de outros planetas num passado longínquo, eu não sei. O que eu sei é que nós, humanos normais, estamos procurando nossa "salvação" e paraíso onde eles nunca estiveram: no espaço.
Horizonte: Quando a humanidade terá o contato final com estes seres?
Eustáquio: A questão deste contato, segundo minha teoria acima exposta, dar-se-á gradativamente conforme aceitemos que estamos sós, não no universo, mas aqui mesmo, na Terra. Ao compreendermos que estávamos procurando o tesouro onde ele nunca esteve, voltaremos a colocar os pés no chão. E, ao fazermos isso, permitiremos que nossa percepção nos ajude a enxergar que o que procurávamos está bem aqui.
Horizonte: Os contatados são considerados "escolhidos"?
Eustáquio: A questão dos "escolhidos" não existe. A questão é mais profunda e inadequada para ser discutida no presente momento. Eu diria que quem está mais atento, percebe. Há uma enorme diferença entre ver, enxergar e perceber. São três ações muito distintas.
Sei que não estou satisfazendo o que todos gostariam de ler, mas sou adepto da citação de que "a água aparece quando o poço está pronto".
Horizonte: Por que há tanta fraude na Ufologia? É só desejo de ser considerado importante ou parte da contra-informação dos governos das grandes potências?
Eustáquio: Fraudes existem, inocentes e voluntárias, com diversos objetivos: tirar proveito próprio, desviar a atenção para outras direções, manter submissas as pessoas ingênuas.
Outro fator determinante é o ego de muitos pesquisadores, que no afã de adquirirem projeção ou tirar proveito pessoal ou financeiro, sustentam fraudes ou direcionam a pesquisa para onde lhes convém. No que concerne à contra-informação ou acobertamento por parte dos governos, creio que trata-se muito mais de conjecturas do que fatos reais que por ventura queiram esconder do grande público. Existe ainda a questão da segurança nacional das nações, a questão das religiões que não podem perder o domínio sobre seus fiéis, e por aí vai.
Horizonte: Qual a confiabilidade de uma mensagem enviada por extraterrestres através de "inspiração", "mediunidade", "canalização" ou meios similares? Por sua subjetividade elas não deixam o indivíduo (o "canal") muito exposto ao ridículo?
Eustáquio: Eu diria que o grau de confiabilidade depende de quem as lê. Se a aludida "inspiração", "canalização", "psicografia" ou como queiramos denominar tiver coerência, somar algo ao nosso conhecimento, ótimo. Não importa se foi sua mente a autora, um "extraterrestre", um espírito, um anjo, um santo ou seja lá quem mais. Temos que reconhecer nosso potencial, nossa própria maestria e capacidade, e assumir isso sem ter que aludir a pretensas entidades externas. É hora de abrirmos os olhos, de despertar para a verdade, de voltar a colocar os pés no chão, de crer que cada um é dono do seu destino, do seu futuro, do seu progresso ou da sua desgraça.
Horizonte: Quando o conhecemos, na década de 1990, você era considerado um "ufólogo místico", o que, na época, já era motivo de ser considerado um "charlatão". Mas hoje, pesquisando pela internet, vemos que você superou o preconceito e se tornou um dos mais influentes pesquisadores nacionais. Isso significa que o preconceito com os contatados e os pesquisadores holísticos está diminuindo?
Eustáquio: Eu fui muita coisa e não me arrependo. Eu trilhei, busquei meus caminhos, tropecei, caí, levantei, peguei atalhos errados, enfim encontro-me de bem comigo mesmo, continuo um eterno aprendiz com coragem para assumir publicamente que errei, que falei minhas "verdades" que hoje já não são minhas verdades.
O preconceito contra a opção de crenças acabará quando o respeito for entendido. Todos têm o direito e opção de trilhar o caminho que melhor lhes parecer. O que eu torço hoje é que as pessoas tentem canalizar e contatar a si mesmas, fato este muito mais importante que contatar eventuais seres de outros planos e planetas.
Horizonte: Você tem falado e escrito em diversos lugares sobre "Ufologia holística". É uma nova denominação, mais adequada, para o que se chamava antes de "Ufologia mística"? A idéia de pesquisas holísticas tem muito a ver com a proposta da "Revista Horizonte – Leitura Holística" e apoiamos estas iniciativas. No que a Ufologia holística se diferencia dos demais segmentos, especialmente da Ufologia dita "científica"?
Eustáquio: A Ufologia dita científica é na minha opinião o alicerce necessário a qualquer pesquisa. Uma construção tem que ter base sólida para sustentar-se. Tendo o alicerce, o pesquisador pode desenvolver o projeto usando toda a sua criatividade, agregando o que achar conveniente. A visão ampla de um fenômeno é o que chamamos de visão holística (do grego holos=todo). Todas as possibilidades devem ser analisadas, mesmo que depois seja descartada a maioria delas.
Horizonte: Qual é o objetivo a longo prazo do grupo que você dirige, a SOCEX?
Eustáquio: A Socex visa esclarecer, desmitificar, desmistificar o fenômeno e suas derivações. Fundada em 1º de agosto de 1991, é uma das poucas entidades de pesquisas que tem estatutos, CGC e é declarada de utilidade pública por Lei.
Horizonte: E seu programa na TV Floripa? Como é a receptividade do público à proposta do programa "Vida inteligente"?
Eustáquio: Meu programa é diferenciado, está há um ano e meio no ar, é feito ao vivo e tem uma hora de duração. Os temas abordados (vide o website http://www.vidainteligente.blogspot.com/ ) são Astronomia, Astrofísica, Ciências Espaciais e Atmosféricas, Exobiologia, Cosmologia, Ecologia e Meio Ambiente, Tecnologias e outros assuntos correlatos. A proposta é levar esclarecimento e diferenciação da mesmice das TVs abertas.
Horizonte: Agradecemos sua gentileza em conceder esta entrevista. Gostaríamos de deixá-lo à vontade para suas considerações finais e pedimos que deixe uma mensagem de motivação a nossos leitores, que participam ativamente do processo editorial da revista, com suas opiniões, críticas, sugestões e colaborações.
Eustáquio: Que todos os leitores estejam abertos a novas descobertas, que tenham humildade de reconhecer erros e recomeçar, que analisem todas as possibilidades com isenção e que respeitem uns aos outros. Precisamos de união e não de cisões egóicas. Somos todos aprendizes e dependemos uns dos outros para juntos, conseguir as respostas que tanto desejamos.
Obrigado e um fraterno abraço.
Eutásquio
"A Verdade vos libertará"
Ore, ame, faça o bem, perdoe, questione, confie...
Irene Ibelli