ITENS 8, 9 E 10 DA GÊNESE - CAPÍTULO XVIII
8. Se a Terra já não tem que temer os cataclismos gerais,
nem por isso deixa de estar sujeita a periódicas revoluções,
cujas causas, do ponto de vista científico, se encontram
explicadas nas instruções seguintes de dois
Espíritos eminentes: (1)
(1) A terrível epidemia que, de 1866 a 1868, dizimou a população da Ilha Maurícia, teve a precedê-la tão extraordinária e tão abundante chuva de estrelas cadentes, em novembro de 1866, que aterrorizou os habitantes daquela ilha. A partir desse momento, a doença, que reinava desde alguns meses de forma muito benigna, se transformou em verdadeiro flagelo devastador. Aquele fora bem um sinal no céu e talvez nesse sentido é que se deva entender a frase -estrelas caindo do céu, de que fala o Evangelho, como sendo um dos sinais dos tempos. (Pormenores sobre a epidemia da ilha Maurícia: Revue Spirite, de julho de 1867, pág. 208, e novembro de 1868, pág. 321.)
"Cada corpo celeste, além das leis simples que presidem
à divisão dos dias e das noites, das estações, etc., experimenta
revoluções que demandam milhares de séculos
para sua realização completa, porém que, como as revoluções
mais breves, passam por todos os períodos, desde o de
nascimento até o de um máximo de efeito, após o qual há
decrescimento, até o limite extremo, para recomeçar em
seguida o percurso das mesmas fases."
"O homem apenas apreende as fases de duração relativamente
curta e cuja periodicidade ele pode comprovar.Algumas, no entanto, há que abrangem longas gerações de seres e, até, sucessões de raças, revoluções essas cujos efeitos,conseguintemente, se lhe apresentam com caráter de novidade e de espontaneidade, ao passo que, se seu olhar pudesse projetar-se para trás alguns milhares de séculos,veria, entre aqueles mesmos efeitos e suas causas, uma correlação de que nem sequer suspeita. Esses períodos que,pela sua extensão relativa, confundem a imaginação dos humanos, não são, contudo, mais do que instantes na duração eterna."
"Num mesmo sistema planetário, todos os corpos que
o constituem reagem uns sobre os outros; todas as influências
físicas são nele solidárias e nem um só há, dos efeitos
que designais pelo nome de grandes perturbações, que não
seja conseqüência da componente das influências de todo
o sistema."
"Vou mais longe: digo que os sistemas planetários reagem
uns sobre os outros, na razão da proximidade ou do
afastamento resultantes do movimento de translação deles,
através das miríades de sistemas que compõem a nossa
nebulosa. Ainda vou mais longe: digo que a nossa nebulosa,
que é um como arquipélago na imensidade, tendo
também seu movimento de translação através das miríades
de nebulosas, sofre a influência das de que ela se aproxima.
"De sorte que as nebulosas reagem sobre as nebulosas,
os sistemas reagem sobre os sistemas, como os planetas
reagem sobre os planetas, como os elementos de cada
planeta reagem uns sobre os outros e assim sucessivamente
até ao átomo. Daí, em cada mundo, revoluções locais ou
gerais, que sê não parecem perturbações porque a brevidade
da vida não permite se lhes percebam mais do que os
efeitos parciais."
"A matéria orgânica não poderia escapar a essas influências;
as perturbações que ela sofre podem, pois, alterar
o estado físico dos seres vivos e determinar algumas
dessas enfermidades que atacam de modo geral as plantas,
os animais e os homens, enfermidades que, como todos os
flagelos, são, para a inteligência humana, um estimulante
que a impele, por forca da necessidade, a procurar meios
de os combater e a descobrir leis da Natureza.
"Mas a matéria orgânica, a seu turno, reage sobre o
Espírito. Este, pelo seu contacto e sua ligação íntima com
os elementos materiais, também sofre influências que lhe
modificam as disposições, sem, no entanto, privá-lo do
livre-arbítrio, que lhe sobreexcitam ou atenuam a atividade
e que, pois, contribuem para o seu desenvolvimento. A efervescência
que por vezes se manifesta em toda uma população,
entre os homens de uma mesma raça, não é coisa fortuita,
nem resultado de um capricho; tem sua causa nas
leis da Natureza. Essa efervescência, inconsciente a princípio,
não passando de vago desejo, de aspiração indefinida
por alguma coisa melhor, de certa necessidade de mudança,
traduz-se por uma surda agitação, depois por atos que
levam às revoluções sociais, que, acreditai-o, também têm
sua periodicidade, como as revoluções físicas, pois que tudo
se encadeia. Se não tivésseis a visão espiritual limitada pelo
véu da matéria, veríeis as correntes fluídicas que, como
milhares de fios condutores, ligam as coisas do mundo
espiritual às do mundo material.
"Quando se vos diz que a Humanidade chegou a um
período de transformação e que a Terra tem que se elevar
na hierarquia dos mundos, nada de místico vejais nessas
palavras; vede, ao contrário, a execução da uma das grandes
leis fatais do Universo, contra as quais se quebra toda
a má vontade humana."
ARAGO.
9. "Sim, decerto, a Humanidade se transforma, como já se
transformou noutras épocas, e cada transformação se assinala
por uma crise que é, para o gênero humano, o que
são, para os indivíduos, as crises de crescimento. Aquelas
se tornam, muitas vezes, penosas, dolorosas, e arrebatam
consigo as gerações e as instituições, mas, são sempre
seguidas de uma fase de progresso material e moral.
"A Humanidade terrestre, tendo chegado a um desses
períodos de crescimento, está em cheio, há quase um
século, no trabalho da sua transformação, pelo que a vemos
agitar-se de todos os lados, presa de uma espécie de
febre e como que impelida por invisível força. Assim continuará,
até que se haja outra vez estabilizado em novas bases.
Quem a observar, então, achá-la-á muito mudada em
seus costumes, em seu caráter, nas suas leis, em suas crenças,
numa palavra: em todo o seu estado social."
"Uma coisa que vos parecerá estranhável, mas que por
isso não deixa de ser rigorosa verdade, é que o mundo dos
Espíritos, mundo que vos rodeia, experimenta o
contrachoque de todas as comoções que abalam o mundo
dos encarnados. Digo mesmo que aquele toma parte ativa
nessas comoções. Nada tem isto de surpreendente, para
quem sabe que os Espíritos fazem corpo com a Humanidade;
que eles saem dela e a ela têm de voltar, sendo, pois,
natural se interessem pelos movimentos que se operam entre
os homens. Ficai, portanto, certos de que, quando uma revolução
social se produz na Terra, abala igualmente o mundo
invisível, onde todas as paixões, boas e más, se exacerbam,
como entre vós. Indizível efervescência entra a reinar na
coletividade dos Espíritos que ainda pertencem ao vosso
mundo e que aguardam o momento de a ele volver."
"À agitação dos encarnados e desencarnados se juntam
às vezes, e freqüentemente mesmo, já que tudo se conjuga
em a Natureza, as perturbações dos elementos físicos.
Dá-se então, durante algum tempo, verdadeira confusão
geral, mas que passa como furacão, após o qual o céu volta
a estar sereno, e a Humanidade, reconstituída sobre novas
bases, imbuída de novas idéias, começa a percorrer nova
etapa de progresso."
"É no período que ora se inicia que o Espiritismo florescerá
e dará frutos. Trabalhais, portanto, mais para o
futuro, do que para o presente. Era, porém, necessário que
esses trabalhos se preparassem antecipadamente, porque
eles traçam as sendas da regeneração, pela unificação e
racionalidade das crenças. Ditosos os que deles aproveitam
desde já. Tantas penas se pouparão esses, quantos
forem os proveitos que deles aufiram."
DOUTOR BARRY.
10. Do que precede resulta que, em conseqüência do movimento
de translação que executam no espaço, os corpos
celestes exercem, uns sobre os outros, maior ou menor influência,conforme a proximidade em que se achem entre si
e as suas respectivas posições; que essa influência pode
acarretar uma perturbação momentânea aos seus elementos
constitutivos e modificar as condições de vitalidade dos
seus habitantes; que a regularidade dos movimentos determina
a volta periódica das mesmas causas e dos mesmos
efeitos; que, se demasiado curta é a duração de certos
períodos para que os homens os apreciem, outros vêem
passar gerações e raças que deles não se apercebem e às
quais se afigura normal o estado de coisas que observam.
Ao contrário, as gerações contemporâneas da transição lhe
sofrem o contrachoque e tudo lhes parece fora das leis ordinárias.
Essas gerações vêem uma causa sobrenatural,
maravilhosa, miraculosa no que, em realidade, mais não é
do que a execução das leis da Natureza.
Se, pelo encadeamento e a solidariedade das causas e
dos efeitos, os períodos de renovação moral da Humanidade
coincidem, como tudo leva a crer, com as revoluções
físicas do globo, podem os referidos períodos ser acompanhados
ou precedidos de fenômenos naturais, insólitos para
os que com eles não se acham familiarizados, de meteoros
que parecem estranhos, de recrudescência e intensificação
desusadas dos flagelos destruidores, que não são nem causa,
nem presságios sobrenaturais, mas uma conseqüência
do movimento geral que se opera no mundo físico e no
mundo moral.
Anunciando a época de renovação que se havia de abrir
para a Humanidade e determinar o fim do velho mundo, a
Jesus, pois, foi lícito dizer que ela se assinalaria por fenômenos
extraordinários, tremores de terra, flagelos diversos,
sinais no céu, que mais não são do que meteoros, sem
ab-rogação das leis naturais. O vulgo, porém, ignorante,
viu nessas palavras a predição de fatos miraculosos.(1)
Irene Ibelli
"Os obstáculos nos fortalecem e nos fazem evoluir!!!"