sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Por que Praticar o bem?


"A prática do bem"

Publicado por Junio em 28/4/2006 (686 leituras)

Antônio Moris Cury

"Haverá quem, pela sua posição, não tenha possibilidade de fazer o Bem?"
"Não há quem não possa fazer o Bem. Somente o egoísta nunca encontra ensejo de o praticar. Basta que se esteja em relações com outros homens para que se tenha ocasião de fazer o Bem, e não há dia da existência que não ofereça, a quem não se ache cego pelo egoísmo, oportunidade de praticá-lo. Porque, fazer o Bem não consiste, para o homem, apenas em ser caridoso, mas em ser útil, na medida do possível, todas as vezes que o seu concurso venha a ser necessário"
(resposta dada à questão número 643 de O Livro dos Espíritos, a obra basilar da Doutrina Espírita, 75ª edição, FEB, 1994, página 3l3).

Como é verdadeiro o conteúdo do texto antes reproduzido!

Com efeito, todos estamos em condições de fazer o Bem, nada importando que sejamos brancos, negros, amarelos ou vermelhos; pobres, miseráveis ou ricos; investidos de poder temporal ou não; intelectuais ou sem nenhum estudo, etc.

E fazer o Bem, ao contrário do que à primeira vista possa parecer, não é somente doar um pedaço de pão a quem tem fome, um par de sapatos a quem está descalço, um agasalho a quem não tem onde se abrigar ou, como é mais comum, repassar algum dinheiro para as necessidades mais urgentes de outrem, conquanto tudo isso seja excelente e deveras importante, servindo também, no mínimo, de treinamento para o desapego dos bens materiais, que ninguém levará para o outro lado da vida, a vida espiritual, de onde todos proviemos e para onde todos retornaremos, e, simultaneamente, valendo como exercício da caridade que, no dizer do apóstolo Paulo de Tarso, "é o amor em ação".

Fazer o Bem é ser útil, na medida do possível; é doar-se, doando um pouco do seu tempo, da atenção, do carinho, da amizade, do respeito, da compreensão, do amor...

E todos, sem exceção, podemos ser úteis, doando-nos, como, por exemplo, quando ouvimos com atenção e interesse o interlocutor aflito, desejoso de conhecer outra opinião ou, pelo menos, de desabafar, aliviando-se da angústia ou da ansiedade.

Por igual, quando conseguimos impor silêncio à tentação de reclamar, o que seguramente aumentaria a confusão, pacificando quanto possível o ambiente em que nos encontramos, optando pelo entendimento, sempre.

Também podemos ser úteis no dia-a-dia, nas mínimas coisas, prestando informação correta a quem não seja da cidade; auxiliando um cego a atravessar a rua; visitando um doente que esteja hospitalizado, levando-lhe uma palavra de esperança; oferecendo-nos para a realização de trabalhos diversos, nos mais variados campos, sem esperar pela convocação; trabalhando, enfim, com capricho em tudo o que fizermos, nas tarefas simples ou nas complexas, cumprindo por esse modo a nossa parte e contribuindo para a harmonia e o equilíbrio das relações sociais, uma vez que vivemos em regime de interdependência, vale dizer, dependemos uns dos outros.

E, que não se perca de vista, "toda ocupação útil é trabalho", como bem o define a veneranda Doutrina Espírita (questão 675 de O Livro dos Espíritos), que, com ênfase, nos ensina: "O mérito do Bem está na dificuldade em praticá-lo. Nenhum merecimento há em fazê-lo sem esforço e quando nada custe. Em melhor conta tem Deus o pobre que divide com outro o seu único pedaço de pão, do que o rico que apenas dá do que lhe sobra, disse-o Jesus, a propósito do óbolo da viúva" (questão 646 da mesma obra básica), alertando-nos, igualmente, que devemos fazer o Bem no limite de nossas forças, porquanto responderemos por todo mal que haja resultado de não termos praticado o Bem (questão 642 de O Livro dos Espíritos), ficando claro, assim, que não basta deixar de praticar o mal.

Não praticar o mal, portanto, é um bom começo, mas não é por si suficiente. Não basta.

É preciso, é absolutamente indispensável, que haja a prática do Bem. E, a despeito das aparências em contrário, só o Bem é real e permanente!

Não praticar o mal, portanto, é um bom começo, mas não é por si suficiente. Não basta.

(Jornal Mundo Espírita de Junho de 1998)


"O tempo urge, então não deixe para amanhã o que puder fazer hoje."

Irene Ibelli




quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O Crescimento do Espiritismo


Amigos,
Estou passando para vocês os vídeos do Programa Transicação transmitido pela REDE TV no dia 04/10/09 onde o Médium Raul Teixeira nos esclareceu a respeito
do Crescimento do Espiritismo num momento tão importante para o nosso Planeta Terra, e nos deu dicas importantíssimas sobre nossas atitudes em relação a nós mesmos e em relação aos nossos semelhantes.
Como eu disse uma vez que não importa com qual religião nos identificamos, mas sim nos esclarecermos através dos livros espíritas para passarmos tranquilos pelas mudanças que já estão batendo às nossas portas, e cientes de que o melhor só depende de nós mesmos. Isto é se quisermos passar à direita de Nosso Mestre Jesus, precisamos ser sinceros com nós mesmos enchergando os nossos defeitos e nos melhorarmos urgentemente, porque o tempo urge e talvez não tenhamos tempo se deixarmos o que precisa ser feito hoje para amanhã.

Pois os bons herdarão a Terra!!!

"Somos responsáveis por todo o mal que decorra de um bem que
deixarmos de fazer!!!"

"Um anjo chamado Erick passou tão rápido em nossas vidas, que ainda hoje sentimos a sua luz brilhar em nossos corações!!!"
Irene Ibelli





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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Resumo das "Gênese Espiritual e da Gênese Moisaica"


"A Gênese Segundo o Espiritismo"

Joel Matias


Capítulo XI
GÊNESE ESPIRITUAL

Princípio espiritual

Decorre do princípio: "Todo efeito tendo uma causa, todo efeito inteligente há de ter uma causa inteligente". As ações humanas denotam um princípio inteligente, que é corolário da existência de Deus, pois não é concebível a Soberana Inteligência a reinar eternamente sobre a matéria bruta. Sendo Deus soberanamente justo e bom, criou seres inteligentes não para lançá-los ao sofrimento e em seguida ao nada, mas para serem eternos, sobrevivendo à matéria e mantendo sua individualidade.


O princípio espiritual é independente do princípio vital, pois há seres que vivem e não pensam, como as plantas; "a vida orgânica reside num princípio inerente à matéria, independente da vida espiritual, que é inerente ao espírito". Independe também do fluído cósmico universal, tendo existência própria e sendo, juntamente com o princípio material, os dois princípios constitutivos do universo. O elemento espiritual individualizado constitui o espírito, enquanto que o elemento material forma os "diferentes corpos da natureza, orgânicos e inorgânicos". Todos os espíritos "são criados simples e ignorantes, com igual aptidão para progredir" por esforço próprio, através do trabalho imposto a todos até atingir a perfeição. Todos são igualmente objeto da solicitude divina, não havendo quaisquer favorecimentos.


Os mundos materiais fornecem aos espíritos "elementos de atividade para o desenvolvimento de suas inteligências". Os seres espirituais progridem normalmente até atingir a perfeição relativa; como Deus criou desde toda a eternidade, quando do surgimento da Terra, já havia seres espirituais que tinham atingido "o ponto culminante da escala", assim como outros "surgiam para a vida".


União do princípio espiritual à matéria

O corpo é "simultaneamente o envoltório e o instrumento do espírito", sendo apropriado ao nível de trabalho que cabe ao espírito executar em cada fase do desenvolvimento de suas faculdades. Na realidade em cada encarnação o próprio espírito molda o corpo ajustando-o à "medida que experimenta a necessidade de manifestar novas faculdades", que são rudimentares na fase de "infância intelectual". Sendo material, o corpo depois de algum tempo se desorganiza e decompõe; extingue-se o princípio vital e o corpo morre, quando então o espírito o abandona como a uma roupa que se tornou imprestável. O que distingue, portanto, o homem colocando-o acima dos animais, "é o seu ser espiritual, seu Espírito".


Hipótese sobre a origem do corpo humano

Espíritos humanos em estado primitivo teriam encarnado em corpos de macacos, modificando-os gradativamente pela procriação, dando origem assim a uma espécie nova que foi se aperfeiçoando até chegar à forma atual do corpo humano, enquanto que os macacos (com o princípio espiritual de macaco) continuaram a procriar como macacos. A Natureza não dá saltos e é provável que os primitivos humanos pouco diferissem dos macacos, havendo até hoje selvagens semelhantes a esses, só lhes faltando os pêlos.

Encarnação dos Espíritos

Não podendo o espírito, por sua natureza etérea, agir diretamente sobre a matéria, faz-se necessário um intermediário, seu envoltório fluídico, semi-material, extraído do fluído cósmico universal modificado; é o perispírito. Torna-se assim o espírito apto a atuar sobre a matéria tangível e todos os fluídos imponderáveis. O fluído perispirítico serve de veículo ao pensamento, transmitindo ordem de movimento ao corpo, como também levando ao "Espírito as sensações que os agentes exteriores produzam".


No momento da concepção do corpo humano, expande-se o perispírito em forma de um laço fluídico, ligando-o molécula a molécula ao corpo em formação, em virtude da influência do princípio vito-material do gérmen. "Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, completa é a união; nasce então o ser para a vida exterior." Por ocasião da desorganização do corpo deixa de atuar o princípio vital, causando a morte, passando então o perispírito a se desprender molécula a molécula, voltando à liberdade. "Assim, não é a partida do Espírito que causa a morte do corpo; esta é que determina a partida do Espírito". O desencarne pode ser rápido, fácil suave e insensível ou lento, laborioso, horrivelmente penoso podendo durar meses, dependendo do estado moral do Espírito.


À partir do momento em que o Espírito é unido ao gérmen pelo laço fluídico, entra em estado de perturbação progressiva até que ao nascer acha-se totalmente inconsciente. Com a respiração da criança, inicia-se a recuperação das faculdades, qualidades e aptidões anteriormente adquiridas, muito embora perca o Espírito reencarnado a lembrança de seu passado, o que lhe permite recomeçar a tarefa na escalada do progresso em melhores condições, livre de humilhações decorrentes de erros passados. Seu passado se lhe desdobra aos olhos quando vem a desencarnar, quando então avalia o emprego de seu tempo. Durante o sono também se lembra de seu passado, pois está, por momentos, liberto dos liames carnais.


Segundo a opinião de alguns filósofos espiritualistas o princípio espiritual se individualiza através dos diversos graus da animalidade. Desenvolvidas as primeiras faculdades, recebe as faculdades especiais que caracterizam a alma humana. Esse sistema está de acordo com a grande Lei de Unidade, explica a finalidade da existência dos animais, porém as questões que suscita fogem à finalidade deste estudo, pelo que considera-se o Espírito à partir do momento em que entra na humanidade, dotado de senso moral e livre-arbítrio, sendo portanto responsável pelos seus atos.


As necessidades e vicissitudes da vida carnal força o Espírito a exercitar suas faculdades, desenvolvendo-as, resultando em seu progresso, enquanto que sua ação sobre a matéria auxilia no progresso do globo, colaborando assim com a obra do Criador. O Espírito passa maior tempo no mundo espiritual, sendo insignificante o período em que se encontra reencarnado. O progresso na vida espiritual vem da aplicação que faz dos conhecimentos e experiências adquiridos quando encarnado. A encarnação é necessidade inerente à inferioridade do Espírito. Torna-se punição somente quando estaciona na escala do progresso, por negligência ou má vontade, obrigado a recomeçar a tarefa de depuração. Por outro lado, pode o Espírito abreviar a extensão do período das encarnações, espiritualizando-se ampliando assim suas faculdades e percepções.


"O progresso material de um planeta acompanha o progresso moral de seus habitantes", de modo que há mundos mais e menos avançados que a Terra. Os espíritos passam pelas classes de mundos, adquirindo sempre mais experiências e conhecimentos até não mais necessitarem encarnar, continuando a progredir por outros meios, até atingir o ponto culminante do progresso, quando passam a ser Mensageiros, Ministros diretos do Criador, no governo dos mundos. Dentro da Hierarquia espiritual todos os espíritos têm sua atribuição no mecanismo do Universo, desde o mais atrasado até o mais adiantado, de modo que no Universo existe sempre atividade e nunca ociosidade.


Muito embora fossem bastante imperfeitos (como seus corpos) os primeiros espíritos que encarnaram na Terra, seus caracteres e aptidões eram bastante diversificados; agrupavam-se segundo suas semelhanças e simpatia, povoando-se o planeta com "espíritos mais ou menos aptos ou rebeldes ao progresso"; espíritos afins reencarnaram em corpos de mesmo tipo, formando diferentes raças, perpetuando-lhes o caráter distintivo físico e moral. Não sendo uniforme o progresso, naturalmente as raças mais inteligentes se adiantaram às demais. Assim o espírito, à medida em que atinge maior grau de progresso, reencarna em corpo de uma raça física apropriada, que lhe permita a manifestação de suas faculdades intelectuais e morais mais desenvolvidas.


Reencarnações

A reencarnação, conseqüência da Lei do Progresso, explica racionalmente o por quê das diferenças sociais entre o mundo atual e o dos tempos dos bárbaros, pois se as almas vivessem somente uma vida, então Deus teria criado as atuais privilegiadas em relação às outras. Assim, as almas que viveram em tempos antigos são as mesmas de agora, acumulando o progresso adquirido nas encarnações sucessivas.


Várias etapas de aperfeiçoamento ocorrem num mesmo mundo, quando o espírito tem oportunidade de avaliar seu estágio, observando o exemplo de seus irmãos mais adiantados, possibilitando-lhe ainda a reparação de seus erros para com os outros; isto seria materialmente dificultado se cada etapa tivesse que ser cumprida em um mundo diferente. Somente após adquirirem todo o conhecimento possível num mesmo mundo, é que o espírito migra para outro, mais adiantado. Se a Terra servisse a uma única etapa no progresso do espírito, nenhuma utilidade teria p. ex., para uma criança que desencarna em tenra idade, após poucas horas ou meses de vida.


Emigrações e imigrações dos Espíritos

Podem ser consideradas relativamente:

1)- à população espiritual composta de espíritos desencarnados e que se encontram em estado de erraticidade na Terra (emigrações: passagem do mundo corpóreo para o espiritual; imigrações: passagem do mundo espiritual para o corporal);

2)- à transfusão coletiva de espíritos de um mundo para o outro.


Os flagelos e os cataclismos representam partidas em massa de espíritos que cedem lugar a outros mais depurados, que reencarnam a fim de promover maior impulso no progresso das populações. Assim após "grandes calamidades que dizimam as populações" segue-se "uma era de progresso de ordem física, intelectual ou moral".


Entre os mundos ocorrem emigrações e imigrações individuais ou, em circunstâncias especiais, em massas, constituindo novas raças de espíritos que, reencarnando assim que haja a espécie corporal apropriada, "constituem novas raças de homens".


Raça adâmica

Após encontrarem-se as raças primitivas espalhadas pelo planeta desde tempos imemoriais, surgiu uma raça mais inteligente, apta às artes e à ciência, que impeliu todas as outras ao progresso; seu aparecimento ocorreu há apenas alguns milhares de anos, ao contrário das primitivas, sendo comprovado pelos fatos geológicos e observações antropológicas. Foi denominada raça adâmica.


A criação do gênero humano à partir de um único indivíduo não pode prevalecer, senão vejamos:


1)- Fisiologicamente, existem diferenças entre as raças inexplicáveis simplesmente pela ação do clima, p. ex., a cor negra "provém de um tecido especial subcutâneo, peculiar à espécie". Assim, têm origem própria as raças negras, mongólicas e caucásicas, tendo nascido em diversas partes do globo, resultando de seu cruzamento as raças mistas secundárias.


2)- Segundo a Gênese, Adão teria sido um homem inteligente, tendo seus descendentes logo construído cidades, lavrado a terra e trabalhado metais. Não é concebível que posteriormente tenham gerado povos atrasados, de rudimentar inteligência, existentes até nossos dias.


3)- Documentos antigos provam que o Egito, a Índia e outros países como a América "já eram povoados e floresciam, pelo menos, três mil anos antes da era cristã, mil anos, portanto, depois da criação" de Adão. Seria impossível, em tão pouco tempo, à posteridade um só homem povoar a maior parte da Terra.


4)- Admitindo-se a destruição de todo o gênero humano com o dilúvio, menos Noé e sua família, então o repovoamento da Terra teria ocorrido à partir dele; teriam então seus descendentes hebreus povoado em seis séculos todo o Egito e outros países, o que não seria possível.


Doutrina dos anjos decaídos e da perda do paraíso

Os mundos progridem na proporção do progresso moral de seus habitantes. Por ocasião da ascensão hierárquica de um mundo, sofre mutação sua população encarnada e desencarnada, quando então os espíritos que perseveram no mal "apesar de sua inteligência e do seu saber" são exilados para mundos menos adiantados, alguns ainda "na infância da barbárie". Lá, passarão a aplicar sua "inteligência e a intuição dos conhecimentos que adquiriram ao progresso daqueles entre os quais passam a viver". A intuitiva lembrança que guardam de seu mundo de origem é para eles como um paraíso que perderam por sua própria culpa. Para os habitantes de seu novo "hábitat" são tidos como anjos decaídos.


A Terra recebeu espíritos exilados de um mundo mais adiantado, embora não despojados de seu orgulho e maus instintos - a raça adâmica - cuja missão foi a de fazer progredir os homens, que se encontravam em estado primitivo de desenvolvimento.


Cristo foi o Salvador prometido por Deus, que lhes ensinou a Lei do Amor e da Caridade, mostrando o caminho para merecerem a "felicidade dos eleitos".


A teoria do "pecado original" implica numa relação entre as almas nascidas no tempo de Adão e no tempo de Cristo, ou seja, espíritos reencarnados - quando então se justifica o envio de um Salvador aos espíritos exilados ao tempo de Adão, ainda manchados de vícios. O pecado original é ,assim, "peculiar a cada indivíduo e não resultado da responsabilidade da falta de outrem a quem jamais conheceu". A missão do Cristo só é concebível admitindo-se a reencarnação das mesmas almas, esclarecendo-lhes quanto às vidas passadas e quanto ao futuro que as aguarda após despojarem-se de suas imperfeições.


Os espíritos podem estacionar em seu desenvolvimento, mas nunca regredir. Assim, os espíritos exilados para um mundo inferior, conservam seu desenvolvimento moral e intelectual, apesar do meio onde se encontram.


Capítulo XII
GÊNESE MOISAICA

Os seis dias

Comparando a teoria da constituição do Universo baseada em dados da Ciência e do Espiritismo com o texto da Gênese de Moisés, pode-se observar que:


1)- Existe em alguns pontos notável concordância com a doutrina científica, sendo entretanto arbitrário o número de seis períodos geológicos, pois, conhece-se pelo menos 25 formações caracterizadas pela Geologia e referentes às grandes fases gerais, além do fato de que muitos geólogos consideram o período diluviano um fato transitório e passageiro, encontrando-se as espécies vegetais antes como depois do dilúvio;


2)- Quanto à criação do Sol e os astros em geral, objeto da Astronomia, ter-se-ia que considerar um primeiro período, o período astronômico;


3)- Considerando-se o período astronômico como sendo o primeiro dia da criação, período primário = 2o dia, período de transição = 3o dia, período secundário = 4o dia, período terciário = 5o dia, período quaternário ou pós-diluviano = 6o dia, verifica-se que:


não há concordância rigorosa entre a Gênese mosaica e a Ciência;

notável concordância na sucessão dos seres orgânicos, quase a mesma, com o aparecimento do homem, por último;

concordância no surgimento dos animais terrestres no período terciário quando "as águas que estão debaixo do céu se reuniram num só lugar e apareceu o elemento árido", ou seja, quando por elevações da crosta surgiram os continentes e os mares;

Moisés queria significar dias de 24 horas quando descreveu a criação. Tal crença vigorou até que a Geologia lhe demonstrou a impossibilidade;

Há um anacronismo na criação das plantas e do Sol, pois, é evidente que as plantas não teriam podido viver sem o calor solar;

Houve acerto na afirmação de que o "a luz precedeu o Sol", pois, o Sol é uma concentração em um ponto do "fluído que, em dadas circunstâncias, adquire as propriedades luminosas". Esse fluído é causa e precede o Sol que é efeito. O Sol é causa "relativamente à luz que dele se irradia; é efeito com relação à que recebeu". O erro estava na idéia de que a Terra houvera sido criada antes do Sol.

Moisés esposava a antiga crença de que a abóbada celeste era sólida e fora criada para separar as "águas de cima das que estavam sobre a Terra". A Física e a Astronomia provaram ser insustentável tal doutrina.

A criação do homem através "do limo da terra" tem seu acerto no sentido de que o corpo do homem deriva dos elementos inorgânicos, enquanto que a formação da mulher através de uma costela deve ser entendida como alegoria, mostrando a identidade de natureza perante o homem e perante Deus;
A Gênese bíblica não deve ser simplesmente rejeitada e sim estudada como sendo "a história da infância dos povos". Em suas alegorias há muitos ensinamentos velados cujo sentido oculto deve ser pesquisado; por outro lado devem ser submetidos à razão e à Ciência, apontando-se-lhes os erros.

Perda do paraíso

Assim como a fábula de Saturno, "que devorava pedras, tomando-as por seus filhos", significa: Saturno a personificação do tempo; seus filhos: todas as coisas mesmo as mais duras,que acabam destruídas pelo tempo, com exceção de Júpiter, "símbolo da inteligência superior, do princípio espiritual, que é indestrutível", também na Gênese grandes verdades morais se encontram por traz de suas alegorias. Desta forma deve ser entendido que:

1)-Adão personifica a Humanidade; sua falta: a fraqueza do homem (dominado pelos instintos materiais); a árvore da vida: emblema da vida espiritual; árvore da Ciência: emblema da consciência (do bem e do mal); o fruto da árvore: o objeto dos desejos materiais do homem (comer o fruto é sucumbir à tentação); jardim das delícias: a sedução (no seio dos prazeres materiais); a morte: aviso das conseqüências (físicas e morais); a serpente: a perfídia dos maus conselhos, significando também encantador, adivinho (o Espírito de adivinhação teria seduzido a mulher para conhecer, compreender as coisas ocultas); o passeio de Deus pelo jardim: a Divindade a vigiar o objeto de sua criação; a falta de Adão: infração da lei de Deus; a vergonha de Adão e Eva ante o olhar divino: confusão do culpado na presença do ofendido; o suor no rosto para conseguir sua alimentação: o trabalho neste mundo.(Admitindo-se que a raça adâmica tenha sido exilada, por punição, de um planeta mais adiantado onde o "trabalho do espírito substituía o do corpo", pode-se compreender que a vida em nosso planeta, onde para a mulher o parto ocorre com dor e o trabalho é corporal, lhes representava a perda do paraíso); o anjo com a espada flamejante: impossibilidade de penetrar nos mundos superiores (até merecimento pela depuração do espírito).


Com relação ao episódio do assassinato de Abel por Caim, em que este foi estabelecer-se a leste do Éden e passou a construir uma cidade, teve mulher e filho, conclui-se de sua impossibilidade se realmente só existissem somente seus pais e ele próprio. Assim "Adão não é nem o primeiro, nem o único pai do gênero humano".


Através dos conhecimentos trazidos pelo Espiritismo quanto às relações do princípio material e espiritual, natureza da alma criada simples e ignorante, sua união com o corpo, sua marcha na escala do progresso através de reencarnações e através dos mundos, libertação gradual da influência da matéria pelo uso do livre-arbítrio, da causa de seus bons e maus pendores, nascimento e morte, estado na erraticidade e da felicidade futura após perseverança no bem, pode-se entender todas as partes da Gênese espiritual. Sabe então o homem de onde vem, por que está na Terra, para onde vai. Seu cativeiro neste mundo somente dele depende. Compreende então a majestade, bondade e justiça do Criador.




sábado, 24 de outubro de 2009

A Gênese Mensagens de Arago e Dr.Barry (importantíssimo)


ITENS 8, 9 E 10 DA GÊNESE - CAPÍTULO XVIII



8. Se a Terra já não tem que temer os cataclismos gerais,

nem por isso deixa de estar sujeita a periódicas revoluções,

cujas causas, do ponto de vista científico, se encontram

explicadas nas instruções seguintes de dois

Espíritos eminentes: (1)


(1) A terrível epidemia que, de 1866 a 1868, dizimou a população da Ilha Maurícia, teve a precedê-la tão extraordinária e tão abundante chuva de estrelas cadentes, em novembro de 1866, que aterrorizou os habitantes daquela ilha. A partir desse momento, a doença, que reinava desde alguns meses de forma muito benigna, se transformou em verdadeiro flagelo devastador. Aquele fora bem um sinal no céu e talvez nesse sentido é que se deva entender a frase -estrelas caindo do céu, de que fala o Evangelho, como sendo um dos sinais dos tempos. (Pormenores sobre a epidemia da ilha Maurícia: Revue Spirite, de julho de 1867, pág. 208, e novembro de 1868, pág. 321.)


"Cada corpo celeste, além das leis simples que presidem

à divisão dos dias e das noites, das estações, etc., experimenta

revoluções que demandam milhares de séculos

para sua realização completa, porém que, como as revoluções

mais breves, passam por todos os períodos, desde o de

nascimento até o de um máximo de efeito, após o qual há

decrescimento, até o limite extremo, para recomeçar em

seguida o percurso das mesmas fases."


"O homem apenas apreende as fases de duração relativamente

curta e cuja periodicidade ele pode comprovar.Algumas, no entanto, há que abrangem longas gerações de seres e, até, sucessões de raças, revoluções essas cujos efeitos,conseguintemente, se lhe apresentam com caráter de novidade e de espontaneidade, ao passo que, se seu olhar pudesse projetar-se para trás alguns milhares de séculos,veria, entre aqueles mesmos efeitos e suas causas, uma correlação de que nem sequer suspeita. Esses períodos que,pela sua extensão relativa, confundem a imaginação dos humanos, não são, contudo, mais do que instantes na duração eterna."

"Num mesmo sistema planetário, todos os corpos que

o constituem reagem uns sobre os outros; todas as influências

físicas são nele solidárias e nem um só há, dos efeitos

que designais pelo nome de grandes perturbações, que não

seja conseqüência da componente das influências de todo

o sistema."


"Vou mais longe: digo que os sistemas planetários reagem

uns sobre os outros, na razão da proximidade ou do

afastamento resultantes do movimento de translação deles,

através das miríades de sistemas que compõem a nossa

nebulosa. Ainda vou mais longe: digo que a nossa nebulosa,

que é um como arquipélago na imensidade, tendo

também seu movimento de translação através das miríades

de nebulosas, sofre a influência das de que ela se aproxima.

"De sorte que as nebulosas reagem sobre as nebulosas,

os sistemas reagem sobre os sistemas, como os planetas

reagem sobre os planetas, como os elementos de cada

planeta reagem uns sobre os outros e assim sucessivamente

até ao átomo. Daí, em cada mundo, revoluções locais ou

gerais, que sê não parecem perturbações porque a brevidade

da vida não permite se lhes percebam mais do que os

efeitos parciais."


"A matéria orgânica não poderia escapar a essas influências;

as perturbações que ela sofre podem, pois, alterar

o estado físico dos seres vivos e determinar algumas

dessas enfermidades que atacam de modo geral as plantas,

os animais e os homens, enfermidades que, como todos os

flagelos, são, para a inteligência humana, um estimulante

que a impele, por forca da necessidade, a procurar meios

de os combater e a descobrir leis da Natureza.


"Mas a matéria orgânica, a seu turno, reage sobre o

Espírito. Este, pelo seu contacto e sua ligação íntima com

os elementos materiais, também sofre influências que lhe

modificam as disposições, sem, no entanto, privá-lo do

livre-arbítrio, que lhe sobreexcitam ou atenuam a atividade

e que, pois, contribuem para o seu desenvolvimento. A efervescência

que por vezes se manifesta em toda uma população,

entre os homens de uma mesma raça, não é coisa fortuita,

nem resultado de um capricho; tem sua causa nas

leis da Natureza. Essa efervescência, inconsciente a princípio,

não passando de vago desejo, de aspiração indefinida

por alguma coisa melhor, de certa necessidade de mudança,

traduz-se por uma surda agitação, depois por atos que

levam às revoluções sociais, que, acreditai-o, também têm

sua periodicidade, como as revoluções físicas, pois que tudo

se encadeia. Se não tivésseis a visão espiritual limitada pelo

véu da matéria, veríeis as correntes fluídicas que, como

milhares de fios condutores, ligam as coisas do mundo

espiritual às do mundo material.

"Quando se vos diz que a Humanidade chegou a um

período de transformação e que a Terra tem que se elevar

na hierarquia dos mundos, nada de místico vejais nessas

palavras; vede, ao contrário, a execução da uma das grandes

leis fatais do Universo, contra as quais se quebra toda

a má vontade humana."


ARAGO.

9. "Sim, decerto, a Humanidade se transforma, como já se

transformou noutras épocas, e cada transformação se assinala

por uma crise que é, para o gênero humano, o que

são, para os indivíduos, as crises de crescimento. Aquelas

se tornam, muitas vezes, penosas, dolorosas, e arrebatam

consigo as gerações e as instituições, mas, são sempre

seguidas de uma fase de progresso material e moral.

"A Humanidade terrestre, tendo chegado a um desses

períodos de crescimento, está em cheio, há quase um

século, no trabalho da sua transformação, pelo que a vemos

agitar-se de todos os lados, presa de uma espécie de

febre e como que impelida por invisível força. Assim continuará,

até que se haja outra vez estabilizado em novas bases.

Quem a observar, então, achá-la-á muito mudada em

seus costumes, em seu caráter, nas suas leis, em suas crenças,

numa palavra: em todo o seu estado social."


"Uma coisa que vos parecerá estranhável, mas que por

isso não deixa de ser rigorosa verdade, é que o mundo dos

Espíritos, mundo que vos rodeia, experimenta o

contrachoque de todas as comoções que abalam o mundo

dos encarnados. Digo mesmo que aquele toma parte ativa

nessas comoções. Nada tem isto de surpreendente, para

quem sabe que os Espíritos fazem corpo com a Humanidade;

que eles saem dela e a ela têm de voltar, sendo, pois,

natural se interessem pelos movimentos que se operam entre

os homens. Ficai, portanto, certos de que, quando uma revolução

social se produz na Terra, abala igualmente o mundo

invisível, onde todas as paixões, boas e más, se exacerbam,

como entre vós. Indizível efervescência entra a reinar na

coletividade dos Espíritos que ainda pertencem ao vosso

mundo e que aguardam o momento de a ele volver."

"À agitação dos encarnados e desencarnados se juntam

às vezes, e freqüentemente mesmo, já que tudo se conjuga

em a Natureza, as perturbações dos elementos físicos.

Dá-se então, durante algum tempo, verdadeira confusão

geral, mas que passa como furacão, após o qual o céu volta

a estar sereno, e a Humanidade, reconstituída sobre novas

bases, imbuída de novas idéias, começa a percorrer nova

etapa de progresso."


"É no período que ora se inicia que o Espiritismo florescerá

e dará frutos. Trabalhais, portanto, mais para o

futuro, do que para o presente. Era, porém, necessário que

esses trabalhos se preparassem antecipadamente, porque

eles traçam as sendas da regeneração, pela unificação e

racionalidade das crenças. Ditosos os que deles aproveitam

desde já. Tantas penas se pouparão esses, quantos

forem os proveitos que deles aufiram."


DOUTOR BARRY.

10. Do que precede resulta que, em conseqüência do movimento

de translação que executam no espaço, os corpos

celestes exercem, uns sobre os outros, maior ou menor influência,conforme a proximidade em que se achem entre si

e as suas respectivas posições; que essa influência pode

acarretar uma perturbação momentânea aos seus elementos

constitutivos e modificar as condições de vitalidade dos

seus habitantes; que a regularidade dos movimentos determina

a volta periódica das mesmas causas e dos mesmos

efeitos; que, se demasiado curta é a duração de certos

períodos para que os homens os apreciem, outros vêem

passar gerações e raças que deles não se apercebem e às

quais se afigura normal o estado de coisas que observam.

Ao contrário, as gerações contemporâneas da transição lhe

sofrem o contrachoque e tudo lhes parece fora das leis ordinárias.

Essas gerações vêem uma causa sobrenatural,

maravilhosa, miraculosa no que, em realidade, mais não é

do que a execução das leis da Natureza.

Se, pelo encadeamento e a solidariedade das causas e

dos efeitos, os períodos de renovação moral da Humanidade

coincidem, como tudo leva a crer, com as revoluções

físicas do globo, podem os referidos períodos ser acompanhados

ou precedidos de fenômenos naturais, insólitos para

os que com eles não se acham familiarizados, de meteoros

que parecem estranhos, de recrudescência e intensificação

desusadas dos flagelos destruidores, que não são nem causa,

nem presságios sobrenaturais, mas uma conseqüência

do movimento geral que se opera no mundo físico e no

mundo moral.

Anunciando a época de renovação que se havia de abrir

para a Humanidade e determinar o fim do velho mundo, a

Jesus, pois, foi lícito dizer que ela se assinalaria por fenômenos

extraordinários, tremores de terra, flagelos diversos,

sinais no céu, que mais não são do que meteoros, sem

ab-rogação das leis naturais. O vulgo, porém, ignorante,

viu nessas palavras a predição de fatos miraculosos.(1)



Irene Ibelli


"Os obstáculos nos fortalecem e nos fazem evoluir!!!"