por VERA MARFEZA - veramarfeza@gmail.com
Todos já devem ter visto a cena clássica do filme “Star Wars, Uma Nova Esperança”, de 1977, de George Lucas, em que o robô R2-D2 emite uma mensagem da princesa Leia, em holografia, na qual ela pede a ajuda de Obi Wan-Kenobi. Eu me encantei com a cena, pois em 1971, lendo um livro sobre o budismo, lá dizia que se queremos mudar a nossa realidade, devemos mudar o filme que está no “projetor interno” de nossas mentes e fortalecê-lo diariamente. Era a cena holográfica que eu havia visto e que me dava uma ideia das palavras desse livro. Desde então, nunca mais parei de pesquisar sobre o assunto.
O que entendi durante esses anos de pesquisa foi que, dependendo de como nos posicionamos diante da vida, podemos cair na cilada de termos o nosso holograma projetado, manipulado pelo outro. Vejo muitos casais em que um deles entra nesse sistema e acaba vivendo o “filme” que é do outro. Sua vida está fundamentada na realização e nos projetos do outro e quando este outro resolve sair da relação, quem fica não tem mais filme e nem projeto e não percebe que viveu, até então, a expectativa da vida de seu ou de sua companheira. E aí vem a depressão, o desânimo etc.. Muita gente confessa que sente um grande alívio quando sai de um relacionamento e que fica com a sensação que voltou a ser ela ou ele mesmo. Como numa retomada de identidade. Dependendo do que aconteceu quando juntos, sente que renasceu pra vida.
Mas para se entender melhor, acaba tendo sentido a velha história que se não temos metas, objetivos, sonhos, desejos, não conseguimos ir adiante. Precisamos manter o nosso holograma forte e projetado para a construção de nossa realidade. Se pensarmos bem, é assim que algumas religiões agem sob os seus seguidores, fazendo uma lavagem cerebral e impondo o holograma de suas crenças em um número cada vez maiores de fiéis. Olhem bem a palavra “fiéis” que são aqueles que não vão contestar aquela realidade imposta. Recentemente, vimos uma estratégia parecida do catolicismo de reaproximar-se dos países latinos que tecnicamente ainda não afundaram na crise. Basta eleger um papa argentino que foi “batizado” Francisco, por um cardeal brasileiro e pronto, os latino-americanos estão no papo. Vão embarcar no nosso holograma. Não dava para fazer isso com a América do Norte e nem com a Europa, muito menos com a África e Ásia, pelos conflitos regionais. Só restava mesmo a América do Sul.
Mas voltando ao holograma pessoal, manter o seu filme interno intacto, acrescentando diariamente interesses melhores e mais detalhados, traz a garantia de que você não será, em nenhuma circunstância, marionete de alguém que tenha o seu “filme interno” mais poderoso e dominador. As relações opressor x oprimido se baseiam nessa premissa. Você partirá para qualquer relacionamento seja de amizade, de sociedade ou de conjugalidade em condições de igualdade de compartilhar o seu holograma e não murchá-lo em detrimento ao do outro.
Se você se sente assim, “chocho”, pegue papel e lápis e comece a montar o seu filme. Internalize um autor, diretor, produtor e faça o seu filme. Comece pela cidade que quer que tudo se desenrole, selecione as pessoas que conhece e que ainda vai conhecer para participarem do enredo. Faça um roteiro e aos poucos enriqueça-o com acontecimentos, emoções, conquistas etc.. Não se preocupe com estilo, erros de português ou concordância, pois não haverá nenhum leitor a não ser você mesmo. Crie uma rotina para manter vivo o filme como se ele estivesse pronto e você apenas está "refilmando a sequência" que achou que não ficou boa, como diria um amigo meu cineasta quando vem fazer terapia comigo.
Elabore uma vida que quer viver e esqueça do seu filme atual por aquele momento. Você vai perceber que aos poucos você vai sair desse holograma antigo e começar a adentrar o filme que você quer protagonizar.
Feliz criação!!!
Fonte: Somos Todos Um
Observação do blog Terceiro Milênio
E dentro desse holograma, que tal aproveitarmos para co criar o mundo que tanto desejamos!!!
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