No Carnaval, o problema
Não é tanto a festa em si:
O problema é de quem chora
Por causa de quem sorri.
* * *
O povo fala e, de fato,
Nos três dias de folia
É que o homem se revela
Ao tirar a fantasia...
* * *
Quem deseja, sobre a Terra,
Ter uma ideia do Umbral
Não necessita morrer:
Basta ver o Carnaval!
* * *
Exibindo nos salões
Fantasias requintadas,
O folião, quase em transe,
Recorda vidas passadas...
* * *
Na visão que tenho agora
Deste outro lado da vida,
O Carnaval me parece
"Sanatório" na avenida.
* * *
Carnaval!... Posso escutar
Ante o tema que futrico:
Em festa de gente viva
Defunto não mete o bico.
* * *
Arte, beleza, alegria –
Carnaval é isso tudo.
Mas sobre o que é além disso
É melhor que eu fique mudo...
* * *
Serpentinas e confetes
Lançados em profusão
São esperanças e sonhos
Que se desfazem no chão...
* * *
O suor do Carnaval,
Se convertido em bondade,
Daria para secar
O pranto da Humanidade.
* * *
Quando chega o Carnaval,
Eu fico pensando nisto:
Não foi numa festa assim
Que mataram Jesus Cristo?!...
Eurícledes Formiga
Centro Espírita Allan Kardec
Ribeirão Preto (SP), 19 de fevereiro de 1995
Livro: Espinhos e Estrelas
Carlos A. Baccelli, por Espíritos Diversos
Casa Editora Espírita Pierre-Paul Didier
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