Deveríamos ser como borboletas, e ter coragem de enfrentar a metamorfose da vida, para sermos livres |
Depois de transformar-se, ajudar e ensinar os semelhantes
Turu, o marinheiro, tendo recebido cinco moedas de ouro pelo seu trabalho, desembarcou em terra desconhecida. Havia decidido conhecer os desertos e as montanhas e, segundo as indicações que recebera, aquele era o local onde deveria iniciar sua jornada.
Ao desembarcar, comprou um cavalo por uma moeda, e com ele iniciou a viagem. Percorreu vilas e cidades, até que chegou à margem de um deserto. Trocou então o cavalo recém comprado e mais uma moeda de ouro por um camelo, e seguiu viagem por aquele deserto.
Acompanhou caravanas de peregrinos, conheceu o calor das areias e o frio da noite; saciou a sede nas nascentes dos oásis e descobriu a solidão. Decidido, cruzou o deserto e chegou a uma aldeia, próxima de uma grande floresta. Trocou ali o camelo e mais duas moedas de ouro por um elefante e prosseguiu viagem.
Tempos haviam-se passado desde que Turu desembarcara naquele continente e, em sua jornada, muitas lições de vida aprendera.
No dorso do elefante, chegou à cabana de um conhecido guia, que se dispôs a ajudá-lo a subir uma Grande Montanha, fornecendo-lhe também provisões. Entretanto, o guia lhe disse que só poderia levá-lo até certo ponto do trajeto, após o que Turu deveria prosseguir sozinho.
Famosa era aquela montanha. Contavam as lendas que jamais alguém havia retornado após alcançar seu topo. Turu aceitou a ajuda do guia, e juntos puseram-se a caminho, até chegarem a um vasto patamar de pedra. Naquele local Turu despediu-se dele. Confirmou sua decisão de prosseguir e, como sinal de gratidão, deixou-lhe sua última moeda de ouro e o elefante.
Dias e noites de sol e chuva, de calor e frio se passaram. Avançando com a destreza de um cavalo, com a persistência de um camelo, com a sabedoria e a fortaleza de um elefante, finalmente Turu alcançou o alto da montanha.
Lá chegando nada encontrou, além de pedra, vento e rala vegetação. Sem se desanimar, todavia, deitou-se numa rocha que se elevava em direção ao norte e adormeceu. Dormiu perguntando-se qual seria o prosseguimento da viagem que, desde o início, havia oferecido à Luz que em seu interior brilhava. Sonhou que um grande clarão descia do céu e o arrebatava, levando-o para além daquelas terras e revelando-lhe os mistérios da criação. À medida que absorvia tal conhecimento, esse clarão irradiava-se em seu corpo, transformando-o.
Ao despertar, Turu viu diante de si um esbelto Ser que lhe entregou um pergaminho, dizendo-lhe:
- Tendes aqui o roteiro da vossa viagem. Retornai ao mundo e ensinai a vossos irmãos o Caminho do Encontro.
E aquele Ser, assim como surgiu, desapareceu.
Turu retornou então ao convívio dos homens para cumprir sua tarefa.
Editora Pensamento
Págs. 31 e 32
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