domingo, 6 de março de 2011

CARNAVAL – UMA FALSA ALEGRIA

 

CARNAVAL – UMA FALSA ALEGRIA

 

Entre o Espiritismo e o carnaval

não existem barreiras intransponíveis,

mas, sim, a possibilidade

abençoada de a criatura exercitar

uma de suas prioridades existenciais,

isto é, saber escolher o que

mais lhe convém, o que realmente

priorizar como verdadeira diversão.

Podemos, neste ensejo, buscar

a palavra de Paulo de Tarso, quando

ele afirmou de forma a não deixar

dúvidas sobre a questão aqui

enfocada: "Tudo me é lícito, mas

nem tudo me convém" (I Cor.,

10: 23).

As "alegrias" experimentadas

nos dias de carnaval costumam deixar

resíduos morais nocivos na alma,

tornando-os traumáticos, permanentes,

marcantes. A história

desta festividade mostra as sobras

da amargura, da tristeza, dos aborrecimentos,

dos desajustes familiares,

dos desequilíbrios financeiros,

das violências de todos os tipos, dos

casos e mais casos das gestações indesejáveis,

entre outras cruéis e dolorosas

situações deixadas como rastros

dessa mascarada, mentirosa

alegria. O tempo de as famílias inocentemente

sentarem-se nas calçadas

para ver os blocos passarem ficou

na saudade. Em substituição, surgiu

não só a necessidade cada vez maior

de uma comercialização insaciável,

com lucros exorbitantes, como

também o extravasamento sempre

audacioso do instinto sexual, da

sensualidade, tema este largamente

trabalhado com fins comerciais,

tanto interna quanto externamente.

Vale ressaltar, na oportunidade,

que o homem é o mesmo, carregando

dentro de si o desejo do prazer

genesíaco como objetivo a ser

alcançado na vida.

O carnaval de hoje destrói a

saúde física e moral, desnatura a

pureza dos sentimentos nobres e

impede maior expansão e expressão

da caridade.

Nenhum Espírito que já desfrute

do verdadeiro equilíbrio de

sentimentos e emoções e logicamente

do bom senso, condições estas

que presidem o destino das criaturas,

pode escolher, como alegria,

a loucura do carnaval que adormece

o ser, em detrimento daquelas

outras formas de alegria, as quais levam

as pessoas ao deleite de um

bem-estar espiritual, e que podem

ser assim enumeradas: a leitura de

uma página doutrinária espírita; a

convivência e conversação com pessoas

que aspiram a absorção dos valores

espirituais, o passeio no campo

ou na praia, enfim, tudo que

tenha como cenário de fundo a Natureza,

que expressa o canto celeste

da Vida em sua real dimensão – a

espiritual.

Dentro da atualidade tecnológica,

quando novos conhecimentos

felicitam a mentalidade humana,

falta a compreensão precisa do que

seja alegria, felicidade, bem-estar

moral/espiritual. É exatamente o

Espiritismo que procura descerrar

as belezas da vida do espírito e os

objetivos sagrados da reencarnação,

direcionando o homem para sua

realidade de Espírito reencarnado,

aprendendo a não reincidir nos

mesmos erros do passado.

Nos dias atuais, mais ainda nos

dos festejos carnavalescos, o que se

presencia é a licenciosidade campeando

assustadoramente; são momentos

danosos que afetam o moral,

fazendo com que o ser humano

esqueça as inapreciáveis oportunidades

de progresso espiritual.

O que mais nos intranqüiliza e

constrange é saber que há, nesses

momentos de indisciplina sentimental

– os dias de carnaval –, toda

uma influenciação das forças das

trevas espirituais nos corações das

pessoas desavisadas, levando-as a

ter que reparar, através de várias

reencarnações, alguns instantes de

prazer ilusório.

Enquanto tais pessoas se entregam

a esses "prazeres" provocadores

de desgastes físicos e morais, superlotando

os salões ricamente decorados,

os miseráveis da vida, de estômagos

vazios e corações sedentos de

amor, multiplicam-se nas ruas e estendem

suas mãos súplices à caridade.

São cegos, enfermos, crianças

abandonadas, mães aflitas e sofredoras que desfilam ao lado dos

mascarados da pseudo-alegria.

Cada ano mais e mais contribuições

abarrotam os cofres dos

que lograram materializar essas festas.

Que nos preocupemos com os

problemas nobres da vida, porque

só assim poderemos transformar o

supérfluo gasto nesses fugidios folguedos

na migalha abençoada capaz

de suprir as reais necessidades dos

mais carentes.

Enquanto houver um mendigo

abandonado junto aos exuberantes

gastos com o carnaval, somente

se poderá registrar que continuamos

passando a nós mesmos um

eloqüente atestado da nossa miséria

moral.

Terminamos estas singelas considerações

sobre a falsa alegria que

o carnaval propicia, lembrando,

Humberto de Campos em Novas

Mensagens (Ed. FEB), quando afirmou:

"Os três dias de Momo são

integralmente destinados ao levantamento

das máscaras com que todo

sujeito sai à rua nos demais dias

do ano (...)."

 

Adésio Alves Machado

Revista O Reformador

 Fevereiro 2005

 

Fonte: http://universoespirita.org.br

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 Irene Ibelli

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