VIDAS
PASSADAS, PROBLEMAS FAMILIARES E PARENTES DIFÍCEIS –
A VISÃO ESPÍRITA
Em toda família há
aquela(s) pessoa(s) que não se dão nem um pouco bem. Parece até que nasceram
para brigar. Existem aqueles parentes que parecem amar mais a um do que a
outro, às vezes sentem uma repulsa que parece vir de berço.
Dessa forma,
apresento aos caros leitores este texto do autor André Martinez, que discursa
muito bem 0 assunto:
“Os Espíritos nos dão notícia de que nem sempre apresentamos grandes
afinidades para com nossos familiares. Muitas vezes a nossa relação com a
família é de franca hostilidade, como se fossemos adversários e não irmãos e
irmãs ou parentes que deveriam se estimar…
A reencarnação explica isso: em casa nos reunimos – afetos e desafetos
– para que com a proximidade quase sempre inevitável e compulsória do
parentesco corporal nos relacionemos com a finalidade de no RECONCILIAR das
desavenças de outras vidas.
Irmãos e irmãs sob o mesmo teto muitas vezes negligenciam esse dever de
se amarar e se apoiarem e entregam-se ao sentimento de rejeição,
transformando o lar que deveria ser oficina de pacificação numa arena de
disputas odientas…
Não nos iludamos: cada vez que identificamos um desafeto do passado na
forma de parente em nossa família é um SINAL DE ALERTA urgente que a vida nos
dá para que notemos a necessidade de perdão, compreensão, respeito e
tolerância.
Portanto, dever urgente ao alcance de nossas forças é tolerar e
pacificar a nossa casa, no entendimento e na tolerância aos parentes difíceis,
dos filhos problema, dos esposos tiranos, das esposas ciumentas, dos fardos da
consanguinidade.
Perante o parente-desafio, a nossa própria evangelização íntima pode
ser o melhor recurso iluminativo, pois que através da mensagem do Evangelho de
Jesus encontramos resignação e força bem como a energia para superar nossas
imperfeições e nos transformarmos em pessoas mais pacientes que perdoam com
facilidade.
Conhecer-se a si mesmo superando as imperfeições nos torna pessoas mais
nutritivas para o meio em que Deus nos localizou – o próprio lar – e para os
parentes e afetos que nos constitui o GRUPOCARMA de evolução: a nossa família.
Se você quiser, pode melhorar-se emocional e espiritualmente a tal
ponto que se transforma em um verdadeiro INSTRUTOR ESPIRITUAL dentro de sua
casa ou núcleo familiar, chegando a ensinar pelo exemplo de tolerância e a
ajudar com sua mudança interior às criaturas que te rodeiam, alavancando-lhes a
evolução.
Nosso dever de parente que identifica a desarmonia e o desacerto no
comportamento do companheiro de jornada é o de EXEMPLIFICAR O ACERTO a fim de
que nossa ATITUDE fale muito mais alto do que nosso verbo muitas vezes ágil na
voz e tardio na ação…
Imagem: Gazeta do Povo
Assim como o parentesco corporal não nos garante afeto e plena
identificação com os companheiros da consanguinidade, a esfera dos amigos
estranhos ao lar muitas vezes é repleta de amores e amigos do passado, são tão
significativas e espontâneas as simpatias que nos ligam a pessoas que acabamos
de encontrar nessa vida, que só essa afinidade é uma prova da REENCARNAÇÃO que
experimentamos na própria alma.
Se identificamos parentes que são fardos-desafios à nossa maturidade,
se identificamos estranhos que são doces irmãos da alma a nos facilitar a
jornada com sua presença, não podemos esquecer as mães, figuras singulares
nessa teia delicada de almas em aprendizado.”
E para que fique
ainda mais claro, deixo alguns importantes trechos do O Evangelho Segundo o
Espiritismo, onde você poderá consultar e entender mais sobre o assunto, no que
se refere às nossas diversas encarnações e os problemas de família:
Capítulo XIV, Parentesco Corporal e Espiritual, item 8
Capítulo XIV, Parentesco Corporal e Espiritual, item 8
Os Espíritos que se encarnam numa mesma família, sobretudo como
parentes próximos, são os mais freqüentemente Espíritos simpáticos, ligados por
relações anteriores, que se traduzem pela afeição durante a vida terrena. Mas
pode ainda acontecer que esses Espíritos sejam completamente estranhos uns para
os outros, separados por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem
também por seu antagonismo na Terra, a fim de lhes servir de prova.
Os verdadeiros laços de família não são, portanto, os da
consanguinidade, mas os da simpatia e da comunhão de pensamentos, que unem os
Espíritos, antes, durante e após a encarnação. Donde se segue que
dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do
que se o fossem pelo sangue.
Podem, pois, atrair-se, procurar-se, tornarem-se amigos, enquanto dois
irmãos consanguíneos podem repelir-se, como vemos todos os dias. Problema
moral, que só o Espiritismo podia resolver, pela pluralidade das existências.
Há, portanto, duas espécies de famílias: as famílias por laços
espirituais e as famílias por laços corporais. As primeiras, duradouras,
fortificam-se pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através
das diversas migrações da alma. As segundas, frágeis como a própria matéria,
extinguem-se com o tempo, e quase sempre se dissolvem moralmente desde a vida
atual.
Foi o que Jesus quis fazer compreender, dizendo aos discípulos: “Eis
minha mãe e meus irmãos”, ou seja, a minha família pelos laços espirituais,
pois “quem quer que faça a vontade de meu Pai, que está nos céus, é meu irmão,
minha irmã e minha mãe”.
Agora partiremos
para entender como o Evangelho nos ensina a conduzir algumas situações onde há
conflito entre pessoas da mesma família:
Quando
são os pais que causam problemas — Como agir?
“Certos pais, é verdade, descuidam dos seus deveres, e não são para os
filhos o que deviam ser. Mas é a Deus que compete puni-los, e não aos filhos.
Não cabe a estes censurá-los, pois que talvez eles mesmos fizeram por
merecê-los assim.
Se a caridade estabelece como lei que devemos pagar o mal com o bem,
ser indulgentes para as imperfeições alheias, não maldizer do próximo, esquecer
e perdoar as ofensas, e amar até mesmo os inimigos, quanto essa obrigação se
faz ainda maior em relação aos pais!“ (Capítulo
XIV, Piedade filial, Item 3).
Quando
são os filhos que causam problemas — Como agir?
“Os filhos, devem, por isso mesmo, tomar como regra de conduta para com
os pais todos os preceitos de Jesus referentes ao próximo, e lembrar que todo
procedimento condenável em relação aos estranhos, mais condenável se torna para
com os pais. Devem lembrar que aquilo que no primeiro caso seria apenas uma
falta, pode tornar-se um crime no segundo, porque, neste, à falta de caridade
se junta à ingratidão.
O mandamento: “Honra a teu pai e a tua mãe”, é uma conseqüência da lei
geral da caridade e do amor ao próximo, porque não se pode amar ao próximo sem
amar aos pais; mas o imperativo honra implica um dever a mais para com
eles: o da piedade filial.
Mas por que promete como recompensa a vida terrena e não a celeste? A
explicação se encontra nestas palavras: “Que Deus vos dará”, suprimidas na
forma moderna do decálogo, o que lhe desfigura o sentido. Para compreendermos
essas palavras, temos de nos reportar à situação e às idéias dos hebreus, na
época em que elas foram pronunciadas.
Eles ainda não compreendiam a vida futura. Sua visão não se estendia
além dos limites da vida física. Por isso, deviam ser mais fortemente tocados
pelas coisas que viam, do que pelas invisíveis.”
De forma geral, o
que nos cabe é a caridade. A caridade é a chave para vencer os maus tratos
vindos de qualquer ente querido. Oremos por aquele ente querido de coração tão
endurecido, que ainda não compreendeu a profundidade do amor.
Quando finalmente a
hora chegar e o mesmo tiver entendido, se lembrará daqueles a quem ofendeu e se
arrependerá amargamente de toda palavra maldita lançada. E só caberá à
misericórdia divina lhes dar outra oportunidade de consertar o infortúnio.
Fonte: https://estudantespirita.com.br/familias-problematicas-e-parentes-dificeis-visao-espirita/
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