WASHINGTON BORGES DE SOUZA
Jesus, o Divino Mestre, é a imagem viva da perfeição e o responsável pela
evolução da Terra e da Humanidade terrena. Seus desvelos, desde eras remotas, visam a nos encaminhar para a senda da luz a fim de podermos alcançar nosso destino em consonância com os desígnios de Deus.
Seus emissários foram enviados, em todos os tempos, ao solo do Planeta,
para esclarecer os homens e ajudá-los a caminhar em direção do progresso. Ele mesmo veio até nós para indicar pessoalmente os rumos certos, embora entregasse Sua vida, ainda jovem, aos martírios da cruz. Seus ensinos permanecerão, para sempre, graças às verdades eternas que revelam. Jamais hesitou em doar a própria vida em benefício das criaturas sob Sua proteção. É, pois, o exemplo mais fiel de preocupação com o bem e a evolução da Humanidade.
O ser humano enreda-se sempre em suas preocupações. Raramente deparamos com alguém que não esteja envolvido por uma apreensão qualquer. Preocupar-se significa acolher uma idéia, prender a atenção, interessar-se por algo ou
por alguém, etc. O vocábulo deixa transparecer o sentido da existência de algo anterior, antecedente, que merece cuidado.
Quando as pessoas conquistam bens e posições vantajosas, tornam-se,
quase sempre, despreocupadas em relação aos semelhantes e passam a se ocupar com frivolidades. Ficam inúteis e somente mais tarde despertam com a chegada do sofrimento e do frio do ocaso de suas existências desperdiçadas, comprometidas e oneradas perante a contabilidade divina. Processos de resgates penosos são conseqüentemente reiniciados e necessários para que possam progredir.
São resultados da insensatez e da insensibilidade com que lidam com o próximo.
Os interesses essenciais, os da alma eterna, são ignorados ou relegados a plano secundário.
As preocupações justas ou infundadas, fúteis ou nobres, razoáveis ou não,
estão sempre a povoar a mente humana, sendo, portanto, infalíveis craveiras de aferição do mérito da criatura. Direcionadas para a aquisição dos valores que definem a evolução, para as conquistas da bondade e da sabedoria, impulsionam a alma em direção do progresso. A mente humana deve buscar agir de acordo com as sublimes lições ministradas por Jesus e sintetizadas na Sua recomendação:
"Amai-vos uns aos outros."
Preocupações muitas vezes confundem-se com intenções, mas na realidade
são manifestações distintas, por mais veladas que se achem no íntimo das
pessoas. Enquanto a intenção denota a vontade dirigida para a execução de um ato determinado, a preocupação deixa clara a idéia de receio, de dúvida, de proteção etc.
Quanto maiores forem as responsabilidades das pessoas, proporcionais devem ser as preocupações correspondentes. Ocorre, entretanto, que nem sempre as pessoas investidas em funções de vulto respondem por seus encargos e cumprem seus deveres. É o que costumeiramente se verifica. Dirigentes de povos, nações e coletividades, muitas vezes não se importam com as conseqüências de suas ações causando danos aos subalternos. São levianos e negligenciam suas obrigações.
As preocupações são, via de regra, individuais ou coletivas. Dirigentes e dirigidos, às vezes, são solidários em atos e atitudes que resultam em prejuízos aos outros. Não se incomodam com o mal que praticam, advindo daí os resgates coletivos correspondentes.
As preocupações são inerentes ao Espírito e é essa uma constatação que
constitui mais uma prova irrecusável da existência da alma. Variam muito de conformidade com o adiantamento de cada individualidade, podendo, portanto, ser fundadas ou enganosas. As mais comuns estão relacionadas com a saúde e a subsistência.
Outras refletem a ganância, a vaidade, o desejo de mando, do poder, etc.
Visam às conquistas de ordem material. Outras são de natureza moral, afetiva, cultural ou dizem respeito à morte e ao futuro. Todavia, os maiores cuidados do ser humano deveriam voltar-se para a sobrevivência da alma, fazendo-a progredir, ajudando o semelhante, jamais ferindo-o, não amesquinhando-a com o egoísmo e o orgulho. Devem ser direcionados para as crianças, para ensinar-lhes, desde cedo, a amar. O ser humano tem a obrigação primária de amar a Deus, ao próximo e a si mesmo, fazendo-se instrumento do bem. Todos nós devemos nos preocupar menos
com a morte do corpo físico e mais em viver em paz e harmonia com o próximo, porque, na verdade, nosso túmulo é a porta que se nos abre para a verdadeira vida.
O desejo e a busca de uma vida feliz são permanentes na criatura humana,
embora muitas vezes imperceptíveis. Contudo, procuramos a felicidade onde não se acha, ou seja, nos bens perecíveis. Um dos meios de encontrá-la é precisamente nos contentarmos com o necessário. O interesse obstinado pelas coisas materiais é, às vezes, inconsciente como o é sempre o materialismo. A verdadeira felicidade não é passageira e somente é conseguida pela alma caridosa e iluminada com a conquista dos preciosos valores morais elevados.
Há pessoas presunçosas que pensam apenas nos bens que possuem, na
sua beleza e aparência, em parentes ricos, em sua cultura soberba, no seu poder, etc. Entendem que isso é fonte de felicidade e mergulham nos prazeres transitórios da matéria. Mais tarde, quando suas almas despertarem no desenlace de seus corpos físicos, irão padecer o pranto amargo do arrependimento pelas oportunidades perdidas de servir e ajudar.
Há preocupações que ultrapassam fronteiras para envolver as criaturas em
todos os quadrantes da Terra. Resultam do medo, independentemente de raças e nacionalidades, do perigo de conflitos atômicos, do alastramento do consumo e comércio de drogas nocivas, da proliferação de enfermidades incuráveis, da interferência das atividades do homem no equilíbrio da Natureza, etc. São receios porque colocam em risco a vida. Em síntese, é o medo da morte.
Os anseios e aspirações humanos, se volvessem para o futuro, para os reais
interesses da criatura, para a imortalidade da alma, todos os receios, além de terem suas causas esclarecidas e até mesmo eliminadas, poderiam ser minorados.
O progresso, sobretudo moral, proporciona venturas e encontra termo para as dificuldades.
O grande mal da Humanidade terrena é a ignorância das leis divinas e as
maiores aflições são conseqüências da infringência dos preceitos do amor e da fraternidade.
São fatos de alta significação ocorridos na Terra, desde o aparecimento do
homem em seu solo, a vinda de Jesus e o advento do Espiritismo. A importância desse último fato pode ser posta em dúvida de boa ou má-fé ou simplesmente por ignorância de sua relevância nos destinos do homem, mas isso não atinge nem altera essa importância vital. A Doutrina Espírita é, na verdade, o prolongamento do Cristianismo do Cristo. Ambos se integram e se completam reciprocamente, constituem o Consolador. As palavras de Jesus não deixam qualquer dúvida a esse respeito: "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre." (João, 15:16.)
Essa majestosa Doutrina entregue à Humanidade esclarece que o ser humano é composto de corpo e alma unidos, molécula a molécula, a partir da concepção no ventre materno. O primeiro é perecível, o Espírito é imortal e deve passar por sucessivas reencarnações até chegar à perfeição, de conformidade com a vontade e as leis de Deus. O comando da criatura humana é exercido pela alma. Os valores morais situam-se no ser imortal, daí a razão de os ensinos cristãos-espíritas se dirigirem sempre a ele, à sua inteligência, ao seu raciocínio, ao seu sentimento, por ser a essência da pessoa e que sobrevive à morte física da matéria efêmera, onde
habita temporariamente.
As preocupações devem levar em conta, prioritariamente, em quaisquer circunstâncias, os interesses do ser eterno. Tais interesses fundamentais devem ser resguardados em todas as nossas ações com a observância dos postulados do amor, da fraternidade e do perdão, os quais constituem caminho certo e seguro para a conquista das virtudes e da felicidade.
Fonte: http://www.universoespirita.org
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