domingo, 15 de maio de 2011

EGOISMO E ORGULHO

fonte da imagem: Borboleta Azul

Egoísmo e Orgulho

 

JUVANIR BORGES DE SOUZA

 

O egoísmo produz o orgulho. Esses dois vícios morais geram todo o mal

existente, que é tudo que contraria a lei de Deus, a lei natural.

Por isso, todo o ensino moral da Doutrina dos Espíritos, baseado na Mensagem

de Jesus, consiste em combater o egoísmo e o orgulho, geratrizes de todas as mazelas e imperfeições humanas.

Como as instituições humanas são o reflexo das individualidades de seus

componentes, também os organismos sociais estão impregnados dos mesmos males que caracterizam o nosso mundo.

Onde permanecem interesses egoísticos e derivados do orgulho — vaidade,

inveja, ciúme, personalismo — não prosperam os sentimentos de amor e justiça, sínteses das leis morais.

Daí a importância primordial da educação e reeducação dos sentimentos que o

Espiritismo, repetindo os ensinos morais do Cristo, oferece ao homem.

A transformação moral da Humanidade depende do êxito no combate ao

egoísmo e ao orgulho, no qual estão empenhadas as forças do Bem.

Há uma correlação estreita entre a condição da Terra — mundo de expiações e provas — e sua população, constituída de Espíritos imperfeitos, encarnados e desencarnados.

Mas, assim como a Humanidade progride, como decorrência natural da evolução, também nosso orbe atingirá condição melhor de mundo regenerado.

O "fim do mundo" em que vivemos deve ser entendido, assim, não como a sua destruição física, mas como sua transformação pela depuração moral de seus habitantes, pela substituição dos valores negativos do egoísmo e do orgulho, que os caracterizam, pelos valores positivos do

amor, da humildade, da fraternidade.

Todas as leis naturais, compreendendo as leis de adoração, trabalho, reprodução, conservação, destruição, sociedade, progresso, igualdade, liberdade, justiça, amor e caridade,

estudadas e desenvolvidas na Terceira Parte de "O Livro dos Espíritos", constituem o ensino moral da Doutrina dos Espíritos.

Nela está indicado tudo o que se deve fazer ou deixar de fazer para que o homem se torne melhor, no combate permanente às imperfeições derivadas do egoísmo, do orgulho e de seus consectários.

A todos os homens é facultado conhecer essas leis, através de múltiplas formas, pelo estudo, pela observação, pelo auxílio das religiões e das filosofias, pela exemplificação e pela transmissão provindas dos semelhantes, ou pela própria consciência de cada um.

Acontece que, mesmo conhecendo a lei, nem sempre o homem a vivencia em suas ações, já que é grande, de outro lado, a influência que recebe do mundo material que o cerca, conduzindo-o aos pensamentos e atos contrários à determinação divina.

A inferioridade dos habitantes de um mundo atrasado, como a Terra, decorre justamente da vivência egoística, personalista, em desacordo com a lei natural, opção da criatura no uso de sua liberdade de escolha.

Entretanto, apesar dos erros, dos enganos, da opção por ínvios caminhos, o determinismo da lei é o progresso, a ascese da alma.

Para isso necessita o Espírito repetir experiências, retificar desacertos, corrigir desvios, aprender e reaprender através de uma vida, ou de múltiplas existências. É a lei das reencarnações, conjugada à lei de causa e efeito, a serviço da evolução, em harmonização perfeita com todas as determinações divinas.

O egoísmo, diz Allan Kardec, é um mal que se alastra por todo o mundo, atingindo a todos nós. Combater suas causas é o objetivo da educação do Espírito, para sua redenção, em programa que se desenvolve por múltiplas vidas, tal a dificuldade natural do empreendimento.

Acrescenta o Codificador que a chave do progresso moral é a educação, convenientemente compreendida, abrangendo não somente o enriquecimento intelectual, mas sobretudo a arte do direcionamento dos caracteres, arte que reclama muito tato, grande experiência e profunda observação.

Do egoísmo provêm todos os vícios morais.

O interesse pessoal estimula as ações egoísticas, especialmente em um mundo material como o nosso, onde a busca incessante dos bens, da riqueza, da posição social, da fama, dos títulos e do bem-estar material são constantes.

A compensação para contrabalançar a influência permanente das coisas materiais estará no interesse pelos valores espirituais.

É preciso despertar em cada indivíduo, para contrapor-se às influências negativas, a percepção das realidades, o conhecimento de si mesmo, como indicava o filósofo grego, e, para tanto, nada supera a Revelação Espírita, que repete os ensinamentos do Cristo de Deus e acrescenta coisas novas a respeito da vida espiritual, que jamais cessa e que se desdobra pela eternidade.

De modo geral, nós que habitamos este orbe somos portadores do egoísmo. As exceções ocorrem por conta dos que estão na última etapa de sua experiência terrena. É um mal real, que requer a atenção de todos nós. Ele está por toda parte, nos indivíduos, desde as crianças até os mais velhos, no seio das famílias, nas sociedades humanas, nos organismos sociais, nas raças, nas civilizações. Dir-se-ia que o egoísmo é o característico específico dos habitantes da Terra, em todas as épocas.

Por isso merece ser combatido, com vigor, em suas causas, na sua raiz, através da reeducação que implante o conhecimento das leis divinas, a proscrição de usos e costumes que o realcem, a substituição das leis humanas iníquas por outras que favoreçam a fraternidade e a solidariedade, com a proscrição definitiva das guerras e da violência.

Como se observa, é vasta e difícil a tarefa de combate ao egoísmo, que avassala a Humanidade toda. É obra de educação, que a Doutrina Consoladora, compreendida, divulgada e aceita propõe como solução para a Humanidade. Mas é tarefa dos próprios homens.

 

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Ao lado do egoísmo, o outro flagelo da alma humana é o orgulho, que gera a vaidade é a inveja, a ambição desmedida, a presunção e tantos outros males que se opõem à humildade, a virtude básica para o crescimento espiritual.

O orgulho, cultivado individualmente, atinge os grupos sociais, as raças e as nações, transformando-se em força destruidora da harmonia que deveria existir entre os homens.

Quantas guerras, no curso dos séculos, tiveram suas causas no orgulho desmedido de um homem, ou de um pequeno grupo de ambiciosos e vaidosos, incapazes de medir conseqüências terríveis de seus atos e procedimentos!

O orgulhoso, o vaidoso é, via de regra, também invejoso, por não suportar a superioridade alheia.

Mal real da Humanidade, o orgulho individual ou coletivo produz vítimas por toda parte, indiscriminadamente, pela insensibilidade daqueles que não percebem suas conseqüências, mas que retornam sobre a própria fonte.

Não é fácil a ninguém livrar-se do orgulho e da vaidade, do ódio e da inveja, da ambição desmedida e da cupidez, do ciúme e de todos os vícios morais, causadores das dissensões, das incompreensões, das inimizades, das rejeições e das indiferenças. O orgulhoso, o presunçoso, o personalista não respeitam a opinião que não se ajuste à sua.

Para eles a humildade é sempre sinal de fraqueza e, portanto, desprezível.

O cego narcisismo apossa-se da personalidade e nela se fortifica, resistindo a quaisquer ponderações.

Para o orgulhoso não importa a verdade, a realidade dos fatos. Tudo há que ajustar-se ao seu interesse, à sua opinião. Não admite, por falta de visão, que seus conhecimentos e seu raciocínio estejam prejudicados por sua postura moral.

Passando à vida espiritual é triste e lamentável a situação do orgulhoso e do vaidoso, já que deixam de possuir os suportes materiais da riqueza, ou da posição social, para sustentação de suas ilusões.

Falta ao orgulhoso, afora os conhecimentos esclarecedores, o poder de reflexão e a sensibilidade necessária para projetar, além da vida física, as condições da vida futura.

Em geral não se interessam os orgulhosos pelos ensinos morais das religiões, com suas advertências de ordem moral. A vida futura pouco lhes interessa.

 

Egoísmo e orgulho, essas duas chagas que continuam a afligir a Humanidade, não subsistirão indefinidamente em nosso mundo.

Seu império sobre os bilhões de criaturas terrestres durará enquanto forem minoritárias as forças resultantes do Amor e da Justiça, fundamentos para a ascensão humana na Era do Espírito.

Nessa Nova Era, o Amor e a Justiça substituirão o egoísmo, e a Humildade e a

Fraternidade ocuparão o lugar do orgulho nos corações humanos.

A Mensagem do Cristo e o Consolador, que já estão na Terra, serão os propulsores da construção do mundo regenerado.

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O Orgulho e Humildade

 

A humildade é virtude muito esquecida entre vós. Bem pouco seguidos são os exemplos que dela se vos têm dado. Entretanto, sem humildade, podeis ser caridosos com o vosso próximo? Oh! não, pois que este sentimento nivela os homens, dizendo-lhes que todos são irmãos, que se devem auxiliar mutuamente, e os induz ao bem. Sem a humildade, apenas vos

adornais de virtudes que não possuís, como se trouxésseis um vestuário para ocultar as deformidades do vosso corpo. Lembrai-vos dAquele que nos salvou; lembrai-vos da sua humildade, que tão grande o fez, colocando-o acima de todos os profetas.

O orgulho é o terrível adversário da humildade. Se o Cristo prometia o reino dos céus aos mais pobres, é porque os grandes da Terra imaginam que os títulos e as riquezas são recompensas deferidas aos seus méritos e se consideram de essência mais pura do que a do pobre.

 

LACORDAIRE

("O Evangelho segundo o Espiritismo", de Allan Kardec. 116. ed. FEB, cap. VII, item 11. Transcrição parcial.)
 

 


 
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O amor que remove montanhas,
o amor que inspira a todos a desejarem um mundo melhor,
o ser humano que ama a todos como a si mesmo,
e que deseja apenas ser...
Ah!!! Que maravilha!!!
O amor atingiu a maioridade e se tornou compaixão...
 
Irene Ibelli 
 

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