NASCENTE DE BÊNÇÃOS
No torvelinho agitado das horas, o ser humano transita com emoções desordenadas, sem o tempo necessário para atender aos deveres a que se vincula, quase sempre experimentando estresses e desconfortos morais que o atormentam.
Elabora planos que espera cumprir, não obstante os enfrentamentos no trabalho da manutenção da vida física, bem como os compromissos familiares e sociais levam-no ao cansaço ou ao desencanto, pela impossibilidade de tudo realizar conforme desejaria.
Examina como transcorrem as existências na Terra e anela pelas posições de relevo, situações econômicas de comodidade, recreação, saúde irretocável e, porque a sua é uma condição diferente, desarmoniza-se e estorcega no ressentimento em relação à vida e ao destino que considera cruel.
A sua é uma realidade diversa, assinalada por trabalhos exaustivos e preocupações que se renovam, não lhe facultando fruir do conforto que se distende por quase toda a parte.
Essas reflexões, porém, não correspondem à realidade. O ruído de muitos que gargalham nem sempre é de alegria, mas de desequilíbrio emocional.
O conforto a que inúmeros se atiram quase sempre lhes amolenta o caráter ao invés de lhes manter o bem-estar.
A posição relevante em que diversos transitam é assinalada por sacrifícios e provações que não são percebidos. Certamente, eles se sentem bem nesse mundo de disputas, invejas e traições, mas não desfrutam de felicidade real, porque também sabem quanto é transitório o êxito mundano.
A existência na Terra é um contínuo convite ao aprimoramento moral e incessante proposta de desenvolvimento interior.
Aquele que se esforça para aprender, sempre poderá aspirar pelo momento de saber e ser feliz.
É valioso, portanto, o empenho que todos devem aplicar na conquista de si mesmos e das bênçãos que a vida oferece àqueles que lutam, sacrificam-se e constróem a sociedade digna. Multiplicam-se na Terra as nascentes de água refrescante e de luz mirífica.
Nos oásis, essas nascentes são a presença do amor de Deus em benefício de todos quantos atravessam os desertos.
Nas ilhas, são dádivas da misericórdia do Pai para que a vida não desapareça.
Nos prados, são responsáveis pela paisagem rica de cor, de perfume e de frutos que favorecem outras vidas.
Nas mentes, são focos de claridade diamantina liberando das sombras da ignorância e do atraso em que se mantêm.
Nos sentimentos, são hinos de esperança e de ternura, que contribuem para o desenvolvimento do amor e da caridade.
Na conduta humana, são forças que dessedentam ante à canícula das paixões e suavizam a ardência do desespero.
É necessário, portanto, observar, como ensina Jesus, as nascentes do coração de onde promanam os bons como os maus pensamentos, palavras e ações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário