Coloque à parte as manhas do mundo e o que sobra?
A audição atenta e concentrada nos mostra em cada voz que nos cerca – seja ela apenas energética, interna, ou audível nos padrões humanos – a temática que nos une.
São tantas palavras!
Palavras de alento, de consolo, de alegria, de motivação, de esperança e de tristeza, para não falar das palavras que a nada levam e que confundem, ao invés de esclarecer.
Papel aceita tudo… tela de computador parece ir pelo mesmo caminho, mas e quanto ao coração?
Sabe ele distinguir o tom dentro da melodia, o canto dentro do grito e o trinar harmônico num lamento?
Só ele sabe…
Porque a mente mente. Porque o baú de conhecimentos não explica tudo e os conceitos que nos moldam são sempre presentes, então, eternamente preconceitos, no sentido de que existem antes que as novas informações cheguem.
Só há música com silêncio.
É por causa dele que o som é percebido, exatamente do mesmo modo que a luz é a ausência de escuridão e ninguém sabe quem veio primeiro, o que nos deixa com uma leve sensação de ignorância, mas não resolve a questão, objetivamente.
E o mundo anda falante! Tanto faz em que dimensão, interna ou externa, dentro, aqui fora ou bem lá fora, o som é constante, o que nos deixa poucas oportunidades para o silêncio.
E som da física é apenas um deles. Internamente, no cérebro que não para, qualquer coisa se transforma em som.
Pare um instante e ouça…
Ligue-se ao chão que te ampara e perceba o som, que antes é somente uma vibração.
De tanto que vibra, "toca".
Na nossa cabeça, se dá o mesmo: vibramos as palavras num nível tão intenso que esta "música" se transfere para a dimensão externa, virando a experiência que pensamos.
NO PRINCÍPIO ERA O VERBO E O VERBO ERA DEUS E O VERBO ESTAVA COM DEUS ( JO 1:1) E O VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS.(JO 1:14
Somos o Deus de nossas individualizações; estamos constantemente criando e dando corpo – carne – aos nossos pensamentos, que vão se "enredando como um musgo na pedra". A criação se manifesta com ou sem o nosso consentimento, pelo simples pensar e manejar desses verbos-palavras-pensamentos.
Nossas ferramentas de ouvir não se restringem aos ouvidos. Ouvimos com os olhos, com a pele, com o nariz e com a língua, porque tudo, absolutamente tudo o que passa pelo corpo físico é decodificado pelo cérebro e se transforma em palavra.
Não interessa nem mesmo se estamos prestando atenção. A música de fundo, o cheiro que não detectamos, a energia ao redor é palavra a se manifestar na mente.
Daí o cuidado com a Criação e com as coisas do Criador…
Se não podemos deixar de ouvir com os sentidos, podemos, ao menos, usar o coração como mecanismo de seleção e vez ou outra, limpar a caixa de Pandora.
Se a percepção não impede a criação e manifestação dos pensamentos, a vontade e a escolha se tornam os utensílios sagrados que permitem que externalizemos apenas o que nos representa.
Opte por ouvir o melhor e lembre-se de escolher o que quer guardar.
A orientação está longe de funcionar para todos, mas é um bom exercício para começarmos.
Veja Luz, ouça Luz… Seja Luz!
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