Alguns
leitores têm perguntado pra mim sobre o que é e como funciona a constelação
familiar. Vamos compreender o tema:
A
constelação familiar trabalha buscando explicar certos padrões de comportamento
no histórico familiar (clã) da pessoa ou seja, ao invés de explicar isso pela
reencarnação ou atos praticados em encarnações passadas, busca explicar tais
atos em comportamentos do clã familiar que a pessoa está inserida.
Na
Psicologia se estuda, entre outras coisas, os padrões de comportamento
construídos na infância, enquanto que para o Espiritismo muitos desses padrões
encontram respostas em encarnações passadas, enquanto que para a constelação
muitos desses padrões se explicam pelo modo de vida e necessidades do clã no
qual a pessoa encarnou.
Numa
explicação mais "espiritualista" a idéia de clã representa uma
egrégora, formada por espíritos simpáticos ou não tão simpáticos assim que se
unem, através das encarnações, por afinidade ou necessidade ao longo das
gerações, mesmo que um espírito nunca tenha encarnado antes dentro daquele clã
e ao se unir a essa egrégora, o espírito leva um pouco da sua bagagem imortal
de experiências passadas e ao mesmo tempo absorve um pouco do que a egrégora
oferece
Da
mesma forma ocorre com os pais dessa pessoa/espírito que encarna, por isso que
muito da energia da egrégora (do clã ou constelação familiar) influencia em
muitos dos padrões que a pessoa desenvolve a partir da infância, ao mesmo tempo
em que muitos desses padrões são também desenvolvidos pelas próprias
experiências de encarnações passadas que o espírito traz. São, portanto,
análises complementares que não se excluem entre si e creio que seja algo muito
mais positivo e suave do que, por exemplo, uma regressão à vidas passadas.
A
egrégora formada pelo clã familiar é o que se denomina de "consciência
familiar" que atua sobre a pessoa inserida naquele clã
(formado pelo histórico familiar das gerações): da mesma maneira que uma pessoa
herda a aparência física dos seus antepassados ela também é influenciada por
uma gama de situações que aquele clã vivenciou,
recebendo influências tanto positivas quanto negativas das lembranças dessa
"consciência familiar" a qual a pessoa está inserida. A grande
questão é encarar esse conhecimento interligado ao conhecimento da lei do
karma: um espírito que reencarna em uma família que há várias gerações tem
vários dos seus membros envolvidos, por exemplo, com problemas como o
alcoolismo, vai ser inevitavelmente testado nesse campo, pois a egrégora ou
memória coletiva da "consciência familiar" se alimenta e estimula
aquele comportamento há várias gerações.
Um
espírito encarnado que tenha abusado do álcool ou outros vícios relacionados
cometendo assim suicídio inconsciente e gradual (agindo contra o seu corpo
espiritual e seu corpo físico) naturalmente pela lei do karma responderá pelos
excessos que cometeu voltando em encarnação seguinte com limitações físicas que
repercutem os efeitos negativos dos órgãos que em encarnação pregressa sofreram
com os excessos do vício, o que de forma alguma é um castigo, mas uma forma
sábia da justiça divina evitar que o espírito incorra naquele mesmo erro
(alguém que foi um fumante inveterado normalmente nasce com sérios problemas
alérgicos e pulmonares desde a infância motivando a repulsa ao fumo, pela
natural sensibilização do aparelho respiratório). Após vencer essa provação, o
espírito tem então a prova definitiva, que é reencarnar em perfeitas condições
físicas, mas em um ambiente que estimule a prática do vício que ele padeceu no
passado e é aqui que entra a encarnação em um ambiente que estimule a prática
daquele determinado vício, exatamente o que acontece em um clã que padece, há
várias encarnações, de membros envolvidos com aquele determinado vício.
O
mesmo entendimento da "consciência familiar" dentro do clã se
aplica também na questão dos vícios morais. Em todos esses casos não apenas
encarnam espíritos que estão em prova como também aqueles espíritos mais
evoluídos moralmente e que já venceram determinados vícios, encarnando para dar
o exemplo de como superar um karma negativo.
É
dessa maneira que podemos integrar o conhecimento da constelação familiar ou
“consciência familiar” (egrégora formada pelas experiências encarnatorias dos
membros do clã familiar) com as questões kármicas de origem
no passado espiritual e também as questões de ordem psicológica, oriundas de padrões
de comportamento mais ligados às raízes psicológicas da infância e a forma como
o ego se estruturou a partir das interações sociais que a pessoa teve ao longo
da atual encarnação, desde família, escola e demais experiências sociais.
Para
maiores informações sobre o método que se utiliza a constelação familiar:
Para
maiores informações sobre algumas das questões psicológicas abordadas no post:
Sobre
a aplicação da constelação familiar, reproduzo a pergunta e resposta de um
outro post e que vai ajudar na compreensão dessa questão:
Pergunta: Eu gostaria de saber sobre a depressão na
sua visão será que pode ser espiritual também?
Resposta: "Toda
a doença é sinal de desequilíbrio interior, seja uma simples gripe até uma
doença severa, desequilíbrio que envolve causas emocionais e físicas. Se
cuidamos do nosso equilíbrio emocional e físico, evitando excessos e atitudes
destrutivas, automaticamente criamos um ambiente de saúde física e espiritual.
A
depressão vai além de uma melancolia ou uma tristeza prolongada e, além disso,
manifesta, quimicamente por alterações no cérebro, padrões prolongados de
desequilíbrio interior a nível emocional que abrem brechas para a atuação
espiritual negativa de outras entidades que tão somente exploram os próprios
desequilíbrios que a pessoa cultivou. Sendo assim quando a pessoa busca uma
Apometria já com um estado depressivo grave, tomando remédios e sofrendo
processo obsessivo a causa não está no espírito obsessor, mas na própria pessoa
que não cuidou do seu equilíbrio interior permitindo que chegasse a esse estado
(e aqui vale frisar que mesmo as patologias herdadas geneticamente só são herdadas
por encontrarem ressonância na vibração do espírito reencarnante).
Dito
isso nos casos de depressão é preciso avaliar em que grau a pessoa se encontra,
pois os tratamentos (terapia, remédios e auxilio espiritual) são tratamento que
atacam a conseqüência (ainda que a linha junguiana foque mais nas causas
psicológicas), mas que encontram como verdadeira causa desequilíbrios
emocionais e comportamentais, gerando padrões destrutivos que precisam ser
trabalhados na base: tanto a nível psicológico para que a pessoa reorganize
suas emoções e pensamentos com um auxilio terapêutico adequado (em especial
acho a linha junguiana mais eficaz nesse ponto) e ao mesmo tempo encontre
motivações e objetivos de vida, algo que o atendimento espiritual é útil.
Estando
a pessoa mais reequilibrada, tendo superado a depressão aí eu acredito que
entram as outras ferramentas de autoconhecimento, como por exemplo, constelação
familiar, astrologia e outras, quando a pessoa consegue olhar para si
mesma e refletir sobre alguns temas mais delicados sem tanto sofrimento.
Tendo
essa visão de modo mais amplo acredito que tanto médiuns como pacientes poderão
entender que combater esses casos vai muito alem de realizar processos de
desobsessão e que o trabalho é muito mais amplo, além de fundamentalmente
depender do esforço pessoal da pessoa em se reerguer, esforço esse que vai
ditar o tempo e eficácia de qualquer tratamento por melhor que ele seja."
Feitas
essas considerações temos a definição do conceito de constelação
familiar, inserida dentro da realidade espiritual (kármica) e
psicológica assim como sua utilidade e aplicação dentro do processo de
autoconhecimento e em quais situações ela pode ser mais adequada.
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