sexta-feira, 13 de novembro de 2009

De Onde Viemos?



Nós, extraterrestres?


Vez por outra, temas relacionados a visitas de extraterrestres ocupam nossos noticiários. Na verdade, o assunto chama atenção porque nos traz, no mínimo, sentimento de esperança. Em outra análise, as bases da nossa esperança sempre têm a ver com um futuro melhor, em relação ao momento presente. Se não fosse assim, não teríamos razão nenhuma para continuar existindo: se não houvesse esperança, não haveria fé e, não havendo fé, estaríamos entregues à própria sorte.

A cada vez que falamos em óvnis, ou ainda em efeitos inteligentes sobre a natureza, estamos nos referindo à ciência e religião. É como a nossa própria vida, entendendo que aqueles que normalmente se repelem querem estar sempre juntos, para se contestarem. Com isto, acabam se complementando e se validando, através das ações de um e reações do outro.

Intriga o homem, desde os primeiros tempos sobre a Terra, as coisas extraordinárias: como deve ter sido em relação às primeiras chuvas, aos primeiros terremotos, até alcançarmos as explicações racionais. Ou ainda os efeitos sem possível causa aparente: até hoje, a maioria das pessoas acredita no oxigênio sem ter visto um átomo sequer desse elemento, mas crê no seu efeito combustível e envelhecedor. Ou seja: aquilo que se explica, é atribuído à ciência; as demais coisas, à fé.

Assim, as religiões, de maneira inequívoca, direcionam a nossa aspiração pela vida espiritual, que é uma continuidade da nossa vida na matéria. Portanto, entende-se que a vida material é transitória.

Ora, assim sendo, nossa vida na Terra é uma passagem. Sendo uma vida de passagem, significa que não somos daqui, uma vez que após esta vida, depois da morte do corpo, nossa alma (onde reside a nossa essência) retorna ao mundo espiritual, seja ele nirvana, éden, empirio, walhala, gan éden, céu, paraíso. O corpo é apenas o veículo de manifestação.

Se a nossa essência não pertence à Terra, esse mundo material que nos acolhe desde a concepção, e do qual retiramos todo o necessário para a nossa nutrição, respiração e locomoção; e se, depois da morte física, devolvemos ao planeta o que do nosso corpo restou, libertando essa alma com destino ao seu local de origem, então podemos ampliar a nossa concepção sobre a vida. Pasmem: nós também somos extraterrestres!

Só que essa concepção aumenta ainda mais a nossa responsabilidade. É só prestar atenção o quanto nos incomodamos quando acontecem alterações nas nossas plantações ou solos, possivelmente ocasionadas por estrangeiros de outros planetas. Quem nos garante que não são esses os donos anteriores, os proprietários de direito, que estão simplesmente vistoriando o estado de conservação da propriedade a nós emprestada? Será que nós estamos cuidando adequadamente dela?

Com base neste raciocínio, que tipo de uso estamos fazendo de tudo o que nos é oferecido: planeta, corpo, relacionamentos pessoais? Estamos deixando em perfeitas condições, como reza a maioria dos contratos de comodato?

Entendo que este é o planeta por nós escolhido, para fazermos a nossa travessia da ignorância para a luz e, por escolha nossa (se assim foi possível), tudo o que está ao nosso dispor é por empréstimo. Por isto, na nossa jornada rumo ao futuro de progresso, devemos nos considerar visitantes privilegiados: com o direito de utilizar conscientemente de tudo o que é oferecido, mas com o dever de preservar as "casas" que ocupa, tanto a terrena quanto a corpórea. E, obviamente, também amparando aos que compartilham do mesmo caminho: o próximo de dentro de casa (lar) e o próximo de fora.

Tudo é uma questão de como enxergamos a nossa vida. Se olharmos tudo como ameaça, estaremos sempre nos defendendo, e não sobrará tempo para mais nada. Se olharmos como oportunidade, poderemos entender finalmente que, enquanto companheiros de viagem, também é nossa responsabilidade fazer desta uma agradável excursão. Para nossa evolução e progresso!

Silvano Pereira da Silva


Fonte: http://www.folhadaregião.com.br






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